Revista EBS

Treinamento vivencial

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Divulgação

Estudos mostram que a forma mais eficaz de aprendizado é fazer, ou seja, colocar a mão na massa. E é por meio deste conceito que o treinamento vivencial se baseia e tem conquistado espaço no mundo corporativo. No mercado são encontradas várias empresas especializadas, assim como diversas opções de programação e ferramentas, que são escolhidas de acordo com os anseios de quem contrata o serviço e as características dos participantes.

Treinamento vivencial acessível à todos

Uma das dúvidas mais comuns é qual tipo e o cargo exercido de profissionais que podem participar dos treinamentos.

Luiz Alberto Martinez, da Saga Trek, indica que o treinamento vivencial é uma ferramenta eclética e democrática, o que favoreceu a sua aplicação para empresas de diferentes estruturas. “No início, a maioria dos funcionários que participava tinha cargos do nível médio para o alto. A mudança aconteceu porque há dinâmicas que possibilitam, independentemente do cargo, os colaboradores participem e tenham a mesma importância. Este tipo de treinamento não leva em conta o nível intelectual, mas sim a relação com os valores essenciais”.

Marcelo Caetano, diretor do Circuito Netas, empresa que atua há sete anos no mercado, destaca que o processo de aprendizado por meio da experiência é eficaz quando se fala de desenvolvimento comportamental. “Atualmente, muitas empresas estão procurando treinamentos vivenciais para os seus líderes, pois o seu comportamento influencia no funcionamento de toda a organização, levando ao fracasso ou ao sucesso”, afirma Caetano.

De acordo com Helena Ribeiro, diretora executiva da Razão Humana Consultoria, devido aos excelentes resultados alcançados, a metodologia do treinamento vivencial foi disseminada nas empresas de médio e pequeno porte no Brasil. “Hoje a metodologia está consolidada e sendo inserida no planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo de treinamento e desenvolvimento e de RH. Os resultados no desenvolvimento do capital humano e o retorno do investimento atestaram a inclusão também em convenções, congressos, entre outros eventos empresariais”, revela Helena.

Critérios

Helena Ribeiro aponta os critérios utilizados nas avaliações: “A definição é feita em conjunto com o contratante responsável, alinhando os objetivos do treinamento vivencial que será realizado. É neste contato que o consultor coleta as principais informações e considera todas as variantes. Apenas após esta avaliação é que o consultor explana sobre as possibilidades e apresenta sugestões”.

Luiz Alberto exemplifica a realização do programa GeoTraining, que é o desenvolvimento de Recursos Humanos junto à natureza. “Levamos em conta seis critérios: perfil comportamental do time (quem é este time), os conteúdos que se deseja trabalhar (no que o time é bom e em que ele precisa melhorar), tamanho do grupo, perfil físico dos participantes, intimidade com o treinamento (técnica) e local/cenário (características em que o treinamento será realizado)”.

Marcelo Caetano ressalta que o programa “O Desafio de Aventura” é uma das experiências mais marcantes nos treinamentos e é o que a sua empresa mais entrega para seus clientes.

“O programa consiste em um circuito completo de atividades na natureza tais; como canoagem, tirolesa, trekking, arco e flecha e dinâmicas que trabalha diversas competências como a liderança compartilhada, tomada de decisão, confiança, superação de limites, quebra de paradigmas, sincronia e trabalho em equipe”, analisa Caetano.

“A lista de atividades é imensa e entender os objetivos da organização, usar a criatividade e a expertise no processamento dos treinamentos, fazem parte da nossa metodologia para atingir a excelência e proporcionar a melhor experiência e aprendizado. O mais interessante é que você pode proporcionar um treinamento vivencial em sala, em uma convenção de vendas, em um encontro de líderes, congressos e até em confraternização de final de ano”, analisa o diretor do Circuito Netas.

Opção de treinamento em sala

Aspectos trabalhados

“Uma mesma atividade vivencial pode ser customizada para explorar várias competências e focar os objetivos determinados. Em geral, as competências atitudinais e comportamentais são exploradas em todos os treinamentos, além de potencializar vários fatores”, aponta Helena Ribeiro. Para o consultor Luiz Alberto Martinez, seja qual for o programa e as ferramentas trabalhadas, é preciso que eles sejam realizados de uma forma divertida e descontraída: “Estes dois pontos são essenciais para que o treinamento fique marcado como uma experiência positiva”.

Análise dos resultados

Helena Ribeiro explica que na maioria dos programas vivenciais há a possibilidade de que seja realizada uma visão geral, desde que acordado com o gestor responsável pela equipe. Após o evento, apresenta-se um relatório de percepções gerais sobre as atitudes e comportamentos dos participantes, mas sem citar nomes para não expor ninguém.

A consultora destaca que para aplicar uma análise individual é necessário que o programa de treinamento e desenvolvimento seja bem estruturado, possua avaliação por competências e que a atividade vivencial esteja alinhada ao planejamento estratégico de médio e longo prazo, incluso um plano de carreira. Uma segunda possibilidade é apresentada por Luiz Alberto: “Pode-se avaliar cada momento do processo, assim como há a alternativa de se produzir um relatório para o RH no final. A análise pessoal é muito rara, pois o importante é o grupo”. Marcelo Caetano salienta que os benefícios que esse tipo de treinamento traz para as empresas e colaboradores são os mais completos e específicos, pois unem características pessoais e profissionais. “Em um treinamento bem realizado, estimula-se a percepção e reflexão de cada participante sobre suas atitudes e comportamentos, seja no trabalho ou em suas relações pessoas. Quando falamos em desenvolvimento de líderes, por exemplo, podemos destacar os benefícios como individuo: o autoconhecimento, autocontrole, superação e automotivação. Como organização, a empresa terá um líder dinâmico, um bom gestor de equipes, habituado a mudanças, capaz de se relacionar e quebrar paradigmas, interdependente e comprometido com as suas atividades”, define Caetano.

Diversas opções

Luiz Alberto Martinez cita que há ações com diferentes características: “Há desde os programas ousados, que são essencialmente aqueles que tiram o participante da sua área de conforto, até os mais comportados, que pode utilizar a própria estrutura da empresa. O importante é que na hora da escolha o planejamento seja claro para alcançar os resultados esperados”. Helena Ribeiro acrescenta que o treinamento vivencial deve ser personalizado às necessidades de cada empresa: “Isto é mais comum principalmente para as empresas que já realizaram muitas atividades vivenciais ao longo dos últimos anos. Para atender a demanda, é preciso oferecer sugestões que não repitam as atividades anteriores. Portanto, criatividade e inovação são essenciais para um bom resultado”, atenta a consultora. “O sucesso do treinamento vivencial só ocorre quando há um bom briefing, criatividade e expertise de entrega e processamento personalizados para a sua necessidade”, finaliza Marcelo Cordeiro.

Treinamento que utiliza a natureza – Divulgação: Ellite Consultoria

Novidade no Brasil

Uma tendência no exterior são os treinamentos vivenciais baseados na obra de ícones do mercado corporativo. A Disney, nos Estados Unidos, é o principal exemplo e possibilita que os participantes se inspirem com o sonho de Walt Disney e conheçam os bastidores do parque. Áreas fechadas para o público em geral, principalmente as relacionadas à gestão em geral, ou seja, os misteriosos corredores secretos da Disney, são expostos em detalhes.

Após viver a experiência no parque norte-americano, Fernando Mora, diretor da Ellite Consultoria, trouxe a ideia para o Brasil e a implantou no Parque Beto Carrero World, localizado no município de Penha, no litoral de Santa Catarina, considerado o maior parque temático da América Latina.

Foi então desenvolvido o programa “A Estratégia de um Líder”, que utiliza a experiência e liderança do empresário João Batista Sérgio Murad, o cowboy Beto Carrero como mote principal.

Destinado para líderes e gestores, este programa alia métodos tradicionais com realidades palpáveis e aplicáveis na rotina empresarial.

“No total são três dias, sendo dois em sala de aula e uma data na prática (nos bastidores do próprio Parque). Na parte prática, os participantes têm contato com o cotidiano do parque, vivenciam diversas situações e se relacionam com os líderes de várias áreas, como da cenografia, os biólogos, pilotos, entre outros, no próprio ambiente de trabalho. A seguir são propostos desafios em que tudo o que foi passado é utilizado”, assinala Fernando Mora. A iniciativa, até então inédita no Brasil, tem como iniciativa principal trabalhar dentro de um espaço lúdico focando a realidade, as dificuldades enfrentadas pelos líderes no meio corporativo.

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