Página Principal Revista EBS

Profissões em alta para 2022 com o avanço do mundo 4.0

Foto: Freepik
Aquilo que agregava valor no passado, ainda que recente, pode não ter mais sentido hoje e nem no futuro próximo.

Por Marco Juarez ReichertPublicado em 04/11/2021

Um assunto que é bastante comentado, vem com a indagação sobre a empregabilidade. Será que em 2022 tal profissão seguirá sendo requisitada? E se for diminuindo a procura por esta área, o que deveria fazer para ter um ofício com procura no mercado de trabalho? Certamente, as dúvidas dos atuais profissionais e para aqueles que vão entrar em um curso Técnico ou em uma Universidade, passam por uma compreensão das tendências de um mundo em grande transformação, recém iniciada pela Quarta Revolução Industrial, também chamada de Indústria 4.0, e que atinge a todos os setores (Indústria, Comércio e Serviços). O avanço da tecnologia nesta nova era, a qual podemos denominar de Mundo 4.0, avança em aceleração exponencial. Jamais se mudou tão rapidamente como agora e cada vez a transformação será mais rápida. O que vem funcionando bem, dando resultados até agora, não representam garantia alguma de sucesso no futuro próximo. Marcas importantíssimas desapareceram diante de inovações disruptivas e deixaram especialistas naquelas atividades, literalmente, “a ver navios”. Kodak, Xerox, Blockbuster, dentre inúmeras outras. Segmentos inteiros e verticalizados têm sido afetados por inovações disruptivas. Aconteceu com o segmento da música, do transporte pessoal, hoteleiro …

Não há como entender quais as ocupações que estarão em evidência no futuro próximo, sem uma breve contextualização. Nas indústrias, desde a Terceira Revolução Industrial (segunda metade do século passado), vimos a Robótica substituindo trabalhadores, como os soldadores da indústria automobilística. Já nas décadas de 1980 e 1990, os bancos implantaram computadores e sistemas, melhorando os serviços ao público. Muitos bancários perderam seus empregos, pois o que faziam eram atividades repetitivas, facilmente substituídas pela informática. Este foi o lado ruim, mas o bom é que surgiram diversas novas profissões ligadas à computação (programadores, manutenção de Hardwares e criadores de Softwares). Muitos empreendedores iniciaram seus negócios, aproveitando as incontáveis oportunidades surgidas com as recentes tecnologias da informática e da conectividade. Só para lembrar, o celular foi introduzido no Brasil em 1990.

Se queremos pensar sobre a longevidade de nossa profissão, algumas perguntas exigem reflexões:

  • O que faço é braçal, exige força física, risco de morte?
  • Minhas atividades são sempre iguais (repetitivas)?
  • A profissão atual será mesmo necessária dentro de poucos anos?
  • O meu conhecimento atual segue agregando valor à sociedade?
  • Uso muito de habilidades que lidam com emoção e criatividade?
  • Aprecio trabalhar em equipe e colaborativamente?

Se as respostas às duas primeiras forem sim, sua profissão já está com os dias contados.

Cabe a cada um pesquisar e avaliar se sua profissão tende a ser necessária nos próximos anos.

Se as respostas às três últimas questões acima forem afirmativas, seu risco é bem menor.

São vários ofícios que perderam relevância no mercado de trabalho e tendem a desaparecer (Assistentes de Administração, Auxiliares de Contabilidade, Recepcionistas, Serviços de Portaria, Advocacia trabalhista, Operadores de Telemarketing …).

Aquilo que agregava valor no passado, ainda que recente, pode não ter mais sentido hoje e nem no futuro próximo. O Médico que interpreta imagens já perde eficácia diante da Inteligência Artificial, infinitamente mais assertiva. Profissionais que precisam lidar com o aspecto emocional das pessoas, como o pessoal da enfermagem, cuidadores de idosos ou de pessoas com necessidades especiais e Fisioterapeutas, não serão substituídos por robôs.

Ocupações vinculadas a gerar experiências positivas aos clientes terão procura crescente. Ressalte-se que muitas carreiras continuarão em evidência, mas com as inovações tecnológicas, seus profissionais precisarão se especializar em outras áreas complementares, estudar muito e constantemente, a fim de exercerem sua atividade com distinção. Como exemplo: o cirurgião. Muitos procedimentos já são feitos com o auxílio de robôs e boa parte dos cirurgiões vão precisar fazer cursos e aprender sobre estas novas tecnologias, a fim de permanecerem ativos no mercado. Que fique claro que a maioria das profissões atuais já estão requerendo novos aprendizados e novas habilidades.

Capacitação passa a ser um mantra perene. Para ilustrar: um engenheiro eletrônico deve estudar técnicas de programação de TI e produção de impressão 3D; o advogado que for estudar TI, vai se destacar dos colegas nos casos da Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD); da mesma forma, o advogado especialista em inventários, deveria aprender sobre a nova realidade das partilhas de criptomoedas, criando assim uma vantagem competitiva em relação aos seus colegas; um Técnico-Mecânico precisará estudar Robótica, Impressão 3D e Computação; aquele profissional graduado em Marketing e Propaganda, forçosamente, precisará entender de Marketing 4.0, inclusive de Omnichannel (integração de multicanais) e de como lidar com novas ferramentas que exigem conhecimento aprofundado de TI, no mundo digital que começamos a vivenciar. Resumindo, as profissões têm mudado e se mesclam entre si. O Mundo 4.0 é plural e colaborativo nas ciências e nas relações humanas. Muitas das inovações são aplicações combinativas, ou seja, resultado de várias tecnologias diferentes. Prova disso é o êxito recente em veículos espaciais tripulados.

Aqui vemos a combinação de ciências da Computação, Engenharia de Materiais, Eletrônica, Física, Química, Medicina, Fisiologia Humana, Inteligência Artificial, Robótica, Engenharia Espacial, Nutrição … Outro exemplo comum é o que se diz sobre os automóveis atuais, que são computadores com rodas. Aos veículos autônomos adicionaríamos: dotados de “IA”.

Para 2022 e anos seguintes, temos que nos dar conta de quais as tecnologias emergentes que tendem a dominar o mercado. Dentre elas podemos citar: Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Big Data, Conectividade, Impressão 3D, Nanotecnologia, Biogenética, Computação Quântica (esta tecnologia está recém iniciando no mundo corporativo), Realidade Aumentada … Inferir profissões futuras a partir desta leitura, fica mais fácil. Em evidência, liderando a procura, estão as profissões ligadas à Tecnologia da Informação (TI).

Segue uma lista de áreas que propiciarão empregabilidade superior aos seus profissionais de diversos níveis, a partir de 2022:

  • Proteção de dados (DPO);
  • Ciência de dados (Data Science);
  • Ataques cibernéticos;
  • Jogos (games) – design e programação de jogos (Games);
  • Marketing Digital;
  • Coach (de bem-estar da saúde das pessoas)
  • Coach (de planejamento financeiro de indivíduos e de famílias);
  • Investimentos (globais, inclusive de criptomoedas);
  • Cidades Inteligentes;
  • Cooperativismo de Crédito;
  • ESG corporativa (Environmental, Social and Governance);
  • Diversidade aplicada;
  • Empreendedorismo.              

A relação não se limita às atividades profissionais relacionadas às áreas acima, obviamente. O fato é que não se pode mais parar de estudar, de aprender novos conhecimentos e em novas áreas. É provável que em nossas vidas venhamos a ter várias outras profissões, algumas delas que sequer existem atualmente, já que aquilo que fazemos hoje poderá perder a validade em breve e o mesmo se passará com uma futura profissão.

Foto: Divulgação

Sobre o autor: Marco Juarez Reichert

Empreendedor, Conselheiro de Administração certificado (IBGC) e Consultor Empresarial
Bacharel em Administração de Empresas (FEEVALE)
MBA em Finanças e Governança corporativa (ESPM)
PÓS MBA em Inteligência Empresarial (FGV)
Extensão em “Valuation” (OXFORD UNIVERSITY)
PÓS-GRADUANDO em Negócios Inteligentes e Indústria 4.0 (FIA ONLINE)
Autor dos livros: “A Metamorfose do Vencedor – Mudar Para Não Morrer” e “Gestão sem Estresse – Técnicas e Ferramentas Simplificadas”

Relacionados

Rio de Janeiro recebe rodada de negócios, supera expectativas e movimenta o mercado MICE

ABEOC, juntamente com outras entidades, celebra a retomada estudo econômico do setor de eventos

Em visita ao Brasil, CEO da RX destaca tendências para o setor de eventos

UBRAFE participa de Reunião do Grupo de Trabalho de Turismo do G20 para tratar assuntos sobre o PERSE