A qualidade da relação entre as pessoas e, em particular, do gestor e sua equipe, afeta significativamente o desempenho no trabalho. Por esse motivo, uma comunicação empática é apontada como uma excelente forma de estreitar e aperfeiçoar esse relacionamento.
A comunicação empática se baseia na empatia gerada entre os interlocutores, bem como na valorização e respeito do outro – metaforicamente, é “calçar os sapatos do outro”. No contexto organizacional, esse tipo de comunicação tem como princípio a troca e compreensão mútua, na qual líderes e liderados, ou demais interlocutores, se igualam para dialogar, entrar em acordo e, consequentemente, melhorar o trabalho e produtividade por meio de uma comunicação clara e respeitosa.
Por meio da comunicação empática, conseguimos uma relação mais respeitosa e métodos de gestão mais efetivos – melhor entendimento das situações vividas por cada pessoa e o melhor tratamento com o mesmo. Dessa forma, surge uma relação baseada em parceria e confiança mútua e, consequentemente, surge um “ânimo e admiração extra” para melhor comportamento profissional e melhor desempenho para a empresa.
É um tipo de comunicação baseada em identificação de emoções expressadas de forma verbal (escritas ou faladas) ou visual (gestos e fisionomias) que permite descobrir os motivos e intenção do outro: se é individualista ou tem espírito de equipe, se apresenta bom ou mau desempenho, se é engajado ou não é engajado com os valores da empresa, entre outros aspectos.
Mas a empatia só funciona se houver um segundo e mais importante passo por parte dos líderes: agir. Vale a ressalva que essas ações devem ser praticadas com a proposta de criar confiança no relacionamento.
São essas duas situações (descobrir e agir) que permitem reforçar o conceito da nova mentalidade dentro da organização: alavancar o potencial coletivo de conhecimento das empresas, que está inserida no mais recente papel criado para o setor de RH, que é do Designer Organizacional.
Trata-se do profissional que apresenta um posicionamento mais assertivo sobre o presente e o futuro da empresa. É responsável por ampliar as competências organizacionais da equipe de trabalho e repensar seu propósito dentro da empresa ao redesenhar papéis, prioridades, planos, investimentos e outros fatores fundamentais à realização da estratégia corporativa.
Atuando com foco no grupo e não no indivíduo, o Designer Organizacional que pratica a comunicação empática também contribui para aperfeiçoar o relacionamento interno e administrar um problema quase inevitável no ambiente de trabalho: a acirrada competitividade entre os profissionais por destaque perante os superiores, também conhecida como “briga de egos”, em uma disputa para ver quem se sai melhor na função.
Por Marco Ornellas, autor do livro “DesigneRHs para um Novo Mundo.
Fonte: Mundo RH