Colaborador saudável e produtivo
Entenda como a preocupação com a vida do colaborador impacta diretamente seu desempenho no trabalhoDe acordo com pesquisa realizada pela GfK, uma das mais respeitadas empresas de pesquisa de comportamento de consumo do mundo, 78% das pessoas acreditam que o principal item para uma boa vida é ter boa saúde. A pesquisa contou com 23 mil entrevistados, de 17 países – incluindo o Brasil. O número apenas confirma o que já se tornou tendência entre muitos brasileiros, que optaram por uma vida mais saudável e com atividades físicas. Diante desse cenário, não demorou muito para que as empresas percebessem uma nova oportunidade para investir na qualidade de vida dos funcionários, muito além dos exames admissionais, periódico e de rescisão do contrato de trabalho. Afinal, um colaborador saudável está mais disposto e produtivo, o que contribui diretamente para um ambiente mais favorável em questões de inovações, mudanças e produtividade.
Porém, os empregadores nem sempre conseguiram enxergar esses benefícios. “Qualidade de vida é um tema relativamente recente na história empresarial. Durante milênios as pessoas foram tratadas no trabalho como objetos, independentemente de sua natureza, necessidades e aspirações. Lindos palácios e monumentos que admiramos escondem no tempo os abusos e as condições degradantes dos que ali trabalharam. Felizmente, avançamos muito e surgiram novos marcos civilizatórios para o trabalho, pautados por organizações mundiais (ONU, OIT e OMS) criadas no pós-guerra”, explica Luiz Edmundo Rosa, diretor de Desenvolvimento de Pessoas da ABRH-Brasil.
Recentemente, a ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) realizou uma pesquisa sobre a saúde corporativa, abrangendo 668 empresas com mais 1,3 milhão de empregados. Desse número, 71% delas afirmaram que mantém programas de saúde para seus colaboradores, sendo que 51% oferecem programas de qualidade de vida em várias modalidades. Segundo Luiz Edmundo Rosa, os números podem parecer expressivos, mas isso não se aplica aos resultados. “Muitas empresas não fazem o levantamento do seu perfil epidemiológico, para conhecer as características dos seus colaboradores e dependentes. Quase metade não se utiliza de indicadores de gestão para acompanhar seus programas. O nível de stress continua alto e muito alto em 40% delas. Para completar, em 82% das empresas os custos vêm crescendo rapidamente, muito acima da inflação”, diz. Felizmente, os custos estão sob controle em 18% dessas empresas, especialmente nas que utilizam programas de prevenção.
Além do convencional
Cada vez mais, as empresas procuram benefícios que possam contribuir para a melhoria da saúde dos funcionários. E engana-se quem pensa que, nesse caso, o tema saúde abrange apenas o tratamento de doenças. O conceito se desenvolveu e compreendeu um estado de bem-estar mais extenso, que engloba aspectos físicos, emocionais, sociais, intelectuais, profissionais e espirituais. Um exemplo disso é a oferta de planos corporativos oferecidos em convênio com academias, que estão entre as principais apostas dos últimos tempos no setor. “Tenho observado um aumento nesse tipo de parceria e no incentivo de utilização desses serviços, bem como vejo como tendência a criação de grupos de esportes com orientadores/personal dentro das empresas, incentivados por eles, mas pagos pelos próprios funcionários”, conta Edna Bedani, diretora da regional de São Paulo da ABRH.
Diversas academias já oferecem planos desenvolvidos com base nas necessidades das empresas e empregados, e a perspectiva é de que a procura por esse serviço aumente nos próximos anos. “César Carvalho, um de nossos fundadores e atual CEO global, viajava muito a trabalho e sentia dificuldade de conciliar a rotina de treinos com a vida profissional. Percebendo que outros colegas compartilhavam dessa mesma necessidade, ele se juntou com o Vinicius Ferriani e o João Tayro para desenvolver um produto que entregasse mais flexibilidade e liberdade para as pessoas praticarem atividade física. Assim surgiu o Gympass”, conta Leandro Caldeira, diretor geral do Gympass, empresa que oferece acesso livre e ilimitado a milhares de academias em todo o Brasil. “Desde então, estamos democratizando o acesso à atividade física e expandindo essa visão para outros países”, diz.
O Grupo Bio Ritmo também percebeu esse nicho e investiu em um plano especial para os colaboradores das empresas. “Sempre contamos com clientes corporativos que ofereciam subsídios aos seus colaboradores para treinarem em uma de nossas academias. Em 2017, criamos o Total Pass para atender especificamente essa demanda”, relata André Pezeta, diretor de desenvolvimento de novos negócios para América Latina.
Os ganhos são inúmeros, tanto para o empregado, quanto para a empresa. “O principal benefício é a promoção da saúde psíquica e física do colaborador, o que o torna engajado e produtivo, gerando um ambiente saudável e colaborativo para todos. Pessoas bem cuidadas sentem-se valorizadas e motivadas, consequentemente criam um ambiente similar”, afirma Edna.
Com a palavra, quem investe no colaborador saudável
Há mais de 50 anos, a Sodexo, uma das maiores empresas de serviços de alimentação e gestão de facilidades do mundo, investe no desenvolvimento e bem-estar de seus colaboradores ao oferecer a mesma experiência que leva diariamente para seus clientes e consumidores por meio do portfólio de serviços voltados para qualidade de vida.
“Acreditamos que investir no tratamento preventivo por meio do estímulo de hábitos saudáveis, acompanhamento médico regular e incentivo a atividade física é a alternativa mais eficaz para proporcionar saúde física e mental aos indivíduos, e estruturar um ambiente de trabalho equilibrado e produtivo. Além de aumentar a produtividade, investir na prevenção também diminui o índice de absenteísmo e o número de colaboradores afastados por questões relacionadas a saúde”, conta Rogério Bragherolli, vice-presidente de Recursos Humanos da Sodexo Benefícios e Incentivos.
De acordo com Bragherolli, a organização oferece um conjunto personalizado e diversificado de ações para a melhoria da qualidade de vida que atende às necessidades específicas do time da empresa, além de estarem totalmente alinhadas ao propósito do negócio. “Todos os funcionários, sem exceção, têm o direito de utilizar estes benefícios que estão inseridos em nosso programa de gestão do capital humano”, afirma.
São diversas as opções oferecidas pela empresa. Além dos convencionais, como vale refeição e transporte, destacam-se o convênio com academia, assistência psicológica, social, jurídica e financeira, e um espaço qualidade de vida (que disponibiliza serviços de massagem, manicure, quiropraxia, lavanderia, acupuntura, entre outros).
Trabalho em equipe
Segundo pesquisa realizada pela Proteste (Associação de Consumidores), apenas 4% dos brasileiros têm hábitos saudáveis. Das 2,4 mil pessoas entrevistadas, 80% entende a importância de comer bem e praticar exercícios – mas revelaram que há barreiras para conseguir mudar os hábitos.
“As empresas podem efetivamente contribuir para melhorar a qualidade de vida das suas equipes, proporcionando condições de trabalho adequadas, cuidando da cultura e do ambiente interno. Isto oferece um atrativo para as novas gerações que não querem seguir o caminho de seus pais, que conviveram em ambientes opressivos e pouco realizadores”, afirma o diretor de Desenvolvimento de Pessoas da ABRH-Brasil.
A responsabilidade primária sobre a saúde é de cada um, mas o papel da empresa se torna algo fundamental para conscientizar e estimular os hábitos e estilo de vida das pessoas. Através de um trabalho em equipe, é possível mudar e melhorar a vida de milhares de brasileiros.