Especialistas apontam as tendências de consumo para a geração Z em 2023
Enxerga-se grande influência vinda da GenZ sobre novas tendências e enfatizam que as marcas precisarão se adaptar a uma nova realidade de mercadoPublicado em 13/12/2022
Neste momento de transição para o próximo ano, as marcas já se preparam para atender as demandas de consumo que devem ganhar destaque em 2023. O cenário, segundo os especialistas da Pira, empresa especializada na criação e realização full service de projetos com foco na construção e fortalecimento de comunidades digitais, em especial para a geração Z, destacam que investir na conexão com esse público é o caminho para otimizar as ações de comunicação, por meio de plataformas digitais, como TikTok, YouTube e Instagram.
Kim Nery, COO e diretor de criação da Pira, destaca que marcas anunciantes devem, sem sombras de dúvidas, voltar sua atenção para os vídeos curtos, tendência esta apresentada durante a pandemia e que tem se provado um grande acerto.
De acordo com dados da Kantar IBOPE Media, 80% dos brasileiros assistem vídeos online gratuitos e, desta fatia, 72% o fazem por meio de redes sociais.
“Consumir conteúdo em vídeo é uma característica dos brasileiros observada já há um bom tempo. No entanto, temos acompanhado uma grande aceitação dos conteúdos disponibilizados em vídeos curtos, como os usados em reels do Instagram, Shorts do YouTube e no TikTok. Este formato se destaca por conter menos interrupções e mais entretenimento”, destaca.
Já para Filipe Ratz, CEO e Diretor Executivo da Pira, as marcas precisam levar seus produtos e serviços para onde está concentrado o seu público alvo, adaptando-se não somente às demandas, como também às exigências apresentadas por seus consumidores.
“Aqui falamos de gerar conexão. Quando determinada marca investe na adaptação de linguagem e postura e leva seu produto ou serviço para as plataformas onde o público está, as chances de sucesso e conversão são, na maioria das vezes, imensas”, diz o executivo.
Veja outras tendências que os especialistas da Pira também destacam:
- Live Stream 4.0: De forma a complementar determinado conteúdo audiovisual, o Live Stream 4.0 se destaca como forte tendência para o próximo ano.
O streamer Casimiro tem revolucionado este segmento ao acompanhar os jogos da Copa do Mundo junto de milhões de espectadores.
No último dia 5 de dezembro, o influenciador acumulou mais de 5 milhões de aparelhos conectados na transmissão da CazéTV em tempo real. Formatos como este tendem a amplificar a experiência do usuário, pois passa a sensação de assistir ao conteúdo “lado a lado” com diversas pessoas, possibilitando interações e engajamento de telespectadores.
- Text to image AI: Trata-se da tecnologia de inteligência artificial na qual é permitido criar imagens apenas com descrições textuais. Segundo Nery, os maiores players do mundo já têm utilizado a tecnologia, entre eles o Canva, ferramenta gratuita de design gráfico online que, após adquirir uma nova tecnologia, passou a ter mais uma maneira de auxiliar a produção de conteúdo. Assim como o aplicativo Lensa que, nos últimos dias, tem gerado grandes repercussões, transformando fotos dos usuários em avatares.
- ESG: Há tempos, temas relacionados ao meio ambiente, a questões sociais e de governança têm norteado o posicionamento de empresas ao redor do mundo. Se posicionar de forma favorável e coerente tende a trazer ainda mais valor para a marca no longo prazo. No próximo ano, espera-se que o ESG continue ativamente na agenda de companhias dos mais variados tamanhos e segmentos. “Para se manter relevantes, as empresas precisam deixar os modelos antigos, com foco no cliente e adotar uma visão centrada na vida, que vê as pessoas de modo mais holístico”, ressalta Kim.
- Música negra e urbana e regionalização: Neste ano, artistas negros ganharam mais espaço nas plataformas e streamings de músicas, com gêneros como rap, trap, hip-hop e música negra urbana. Além disso, durante a pandemia, houve uma explosão da força feminina na música, assim como maior visibilidade para a música nordestina.
“As plataformas começaram a dar mais protagonismo a artistas até então sem espaço no mainstream, possibilitando maior alcance da audiência. Percebemos um movimento, no qual algoritmos de plataforma de música têm possibilitado a ascensão de gêneros musicais, antes marginalizados, a um número cada vez maior de ouvintes”, destaca Filipe Ratz.
- eSports: A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB) divulgada no início deste ano apontou que cerca de 75% dos brasileiros se reconhecem como gamers. Trata-se de um público bastante significativo e com grande poder de influência no mercado atual. Recentemente, vimos grandes players do mercado tradicional se curvando às necessidades gamers, como foi o caso de bancos como Itaú e Banco do Brasil, além de grandes empresas de segmentos como telefonia, indústria de automóveis e varejo, no caso da Riachuelo.
“O campeonato IEM Major Rio, do jogo Counter Strike, realizado no Rio de Janeiro movimentou uma audiência mundial, apontando que os jogos estão cada vez mais inseridos no cotidiano, com destaque para os jogos mobile, uma tendência ainda mais democrática, uma vez que abre espaço para aqueles que não possuem recursos para investir em equipamentos como o PC gamer. Além disso, também temos a CCXP, que neste ano, em um único dia, reuniu mais de 70 mil pessoas, se tornando a maior maior celebração da cultura pop e geek do mundo”, diz Kim Nery.
- Tecnização: Aderir conceitos de tecnologia, análises de dados, inteligência artificial e machine learning tem sido fundamental para empresas evoluírem e criarem novos modelos de negócios. Trata-se de uma tendência que deve atrair cada vez mais consumidores, visto a possibilidade de estabelecer maior conexão e otimizar a experiência dos usuários.
Um exemplo é o Nubank que, mesmo sem ser um banco e sim uma fintech, conseguiu se estabelecer fortemente como um player financeiro entre os grandes tradicionais, tendo como carro-chefe diferencial a tecnologia e a experiência proporcionada aos seus clientes.
“Quando analisamos a história, desde que o mundo é mundo, são os jovens que constroem as tendências e as popularizam junto às demais gerações, como foi o caso do festival Woodstock, que movimentou o rock mundial, junto ao público de aproximadamente 25 anos. Hoje, esse mesmo pessoal tem em torno de 70 anos e resiste às mudanças de geração similares a sua. Agora não é diferente e cabe às marcas acompanharem de perto as novidades e aproveitá-las para otimizar seus produtos e serviços”, finaliza Ratz.