EBS Virtual 2020: mais de 3 mil espectadores acompanham o evento online
A 18ª edição da Feira EBS superou os desafios de realizar um evento virtual e teve mais de 3 mil espectadores durante toda a semana.O setor de eventos tem enfrentado uma série de desafios, causados pela pandemia, trazendo obstáculos à realização dos eventos presenciais e retomada das atividades. Para a EBS, dirigida a essa indústria de eventos, incentivos, congressos e feiras, os desafios foram ainda maiores.
Como o objetivo do evento sempre foi unir o mercado, promovendo debates e discussões, gerando relacionamento e negócios, seguimos em frente, e pela primeira vez, em 18 anos, a Feira EBS foi realizada 100% virtual.
Passadas as incertezas da realização da versão virtual do evento, Marcello Baranowsky, CEO do Grupo EventoFacil comemora os resultados e ressalta a importância dos parceiros para a concretização deste formato.
“Agradeço a todos que passaram pelo palco do Congresso MICE Brasil e aos patrocinadores e expositores que nos apoiaram para realizar com muito sucesso a EBS 2020. O feedback dos compradores participantes das rodadas é positivo. Algumas empresas pretendem realizar seus eventos no formato virtual em 2020, e a maioria já voltou com os planejamentos de marketing para 2021, com a expectativa de retomar com os eventos presenciais o mais breve possível. Estamos muito orgulhosos por ter oferecido uma programação totalmente gratuita ao mercado. Nesse momento precisamos nos apoiar”, declara Baranowsky.
Speed Meeting Virtual EBS: muita interação e networking a distância
Considerada a maior rodada de negócios do mercado, o Speed Meeting Virtual aproxima compradores e fornecedores para o segmento de eventos corporativos, incentivos, treinamentos, congressos e feiras. Os números do ano passado comprovam o sucesso, foram mais de 260 compradores se relacionamento com os 90 expositores.
Em 2020, devido às circunstâncias, foi necessário adaptar o formato para o ambiente virtual, mantendo o objetivo de promover a interação entre os compradores e fornecedores. Estiveram presentes 84 empresas compradoras, representadas por mais de 100 profissionais gestores de marketing, eventos, treinamento e compras. Ao todo, foram 5 horas de rodadas de negócios.
A experiência contou a favor na hora de realizar as rodadas virtuais. Afinal, no ambiente online, um erro pode prejudicar toda a dinâmica do evento. Apesar das dificuldades, a organização do evento conseguiu superar as expectativas, e realizar a maior rodada de negócios virtual dirigida para o segmento MICE e T&D.
Os fornecedores são todos expositores da Feira EBS Virtual. Confira a relação das empresas participantes:
Empresa | Atuação |
Brazil TS | Consultoria em idiomas |
Casa Grande Hotel | Hotéis e resorts |
Centro de Convenções Rebouças | Auditório, centro de convenções e exposições |
Click Promocional | Brindes corporativos |
Club Med | Hotéis e resorts |
Descomplique Eventos | Soluções interativas e instantâneas |
Elo Brindes | Brindes corporativos |
Escape 60 | Experiências corporativas |
Fantastic Brindes | Brindes corporativos |
GH Brindes | Brindes corporativos |
Hoffmann | Tecnologia para eventos |
Jurerê Beach Village | Hotéis e resorts |
Mitte Tecnologia | Tecnologia para eventos |
Ótima Gráfica | Brindes corporativos e soluções gráficas corporativas |
Palladium Hotel Group | Hotéis e resorts |
Santos CVB | Destino nacional |
Senac | Educação corporativa |
The Space | Tecnologia para eventos |
Transamerica Expo | Auditório, centro de convenções e exposições |
Windsor Hotéis | Hotéis e resorts |
5º Congresso MICE Brasil: pandemia presente no formato e temas
A programação da Feira EBS Virtual também contou com o maior evento de conteúdo do país, voltado ao segmento MICE.
O espaço montado para realização e transmissão do Congresso MICE Brasil, no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo (SP) seguiu todos os protocolos de prevenção à covid-19, recomendados para o setor. Realizado em um local amplo, com distanciamento entre as cadeiras, com alimentos embalados individualmente, disposição de álcool gel, equipe e convidados usando máscara, e controle no número de participantes, o congresso provou que é possível o retorno com segurança dos eventos corporativos.
E, como não poderia deixar de ser, a pandemia e suas consequências para o mercado de eventos, foi o tema presente em todas as palestras. Afinal, 98% dos eventos foram cancelados no Brasil e de acordo com a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), o setor teve queda de mais de 90% nos serviços.
O setor vive uma paralisação há meses e, desde então, vem cobrando insistentemente das autoridades, uma posição definitiva em relação à retomada. No último dia do congresso, Marcello Baranowsky fez um apelo, principalmente para o governo do estado de São Paulo, o maior destino de feiras de negócios e eventos corporativos do país. “Espero que São Paulo, o maior destino para eventos do Brasil, possa se espelhar nos exemplos de outros estados, como o do Rio Grande do Sul, que entendeu a importância das feiras e eventos corporativos e reconhece que eles podem ser realizados seguindo os protocolos de segurança e saúde”, enfatiza Baranowsky.
Confira um resumo das apresentações dos três dias do 5º Congresso MICE Brasil:
O primeiro dia teve uma programação intensa focada em temas sobre o momento atual, como a adaptação aos eventos digitais e planejamento para a retomada no próximo ano.
Os resultados da pesquisa inédita pesquisa “Termômetro MICE Brasil by MPI”, elaborada pela Meeting Professionals International (MPI) em parceria com a Feira EBS foram apresentados por Igor Tobias, presidente da MPI Brazil e diretor de relações Sustentáveis da AMPRO, logo no início do evento.
A pesquisa foi realizada com profissionais de companhias do segmento financeiro, de seguros, farmacêutico, de consumo, associações, tecnologia e agro. Participaram do levantamento, 184 pessoas de 162 empresas, que teve como objetivo entregar para o mercado MICE um termômetro e uma perspectiva do que pode acontecer nos próximos meses.
Conheça os resultados:
Segundo os dados coletados, 30,19% dos participantes, no ano de 2019, responderam que foi de 50% a 70%, o percentual da verba de marketing investida em ações presenciais (como feiras, eventos, ativações de marca, viagens de incentivo e etc.)
Na opinião de 37,74% dos entrevistados, o tipo de evento que faz mais falta durante o isolamento social, são as ações de relacionamento, enquanto que 25,47% respondeu que a participação em feiras é o que faz mais falta. Já 20,75% responderam que são as convenções. Seguidas das ações de ativação de marca (6,60%), viagens de incentivo (5,66%) e lançamento de produtos (3,77%).
Entre os entrevistados, 40,95% responderam que tiveram sua verba de eventos cortada após a pandemia. Já 26,67% disseram que a verba foi direcionada para ações de conteúdo/marketing digital e 22,86% dos entrevistados responderam que o valor equivalente foi investido em eventos virtuais.
Em relação a retomada dos eventos, 51,43% responderam que a empresa não tem previsão de quando os eventos presenciais serão retomados. Já 29,52% acreditam que os eventos presenciais devem retornar no segundo semestre de 2021.
Os eventos híbridos são a aposta de 67,62% dos participantes da pesquisa. Para 29,52% o “novo normal” fará com que alguns tipos de eventos nunca mais sejam presenciais, assim como alguns tipos de eventos só farão sentido presencialmente. Apenas 2,86% acreditam que os eventos virtuais deixarão de ter importância.
Para 47,17%, ainda há uma indefinição do percentual de investimento em eventos em 2021. Já 26,42% responderam que ficará dentro dos mesmos patamares e 14,15% que será até 30% menor.
A garantia quanto aos padrões de higiene e limpeza, é a principal preocupação para 65,09% dos entrevistados. Seguida do respeito ao distanciamento social (16,98%), higiene e limpeza dos espaços de eventos (12,26%) e apenas 5,66% disseram estar preocupados com a higiene e limpeza dos serviços de alimentos e bebidas.
“O setor entendeu que alguns eventos funcionam no modelo online e que nunca mais precisarão ser presenciais, como mini meetings e treinamentos. Acredito que alguns dos encontros não fazem sentido acontecer no virtual. A mensagem importante que queremos passar com a pesquisa, é que realmente precisamos abraçar essas mudanças e incorporar as qualidades e competência dos eventos digitais nas nossas vidas”, afirma Igor Tobias.
Na sequência, para debater os resultados do levantamento, Igor Tobias juntou-se à Roberta Nonis, fundadora e CEO da Evento Único, Thaís Santos, gerente sênior de Eventos, Viagens e Cartões na MSD e coordenadora do Comitê de Eventos da Alagev, Ana Lúcia Guedes, gerente de mídia e planejamento na Warner Bross Picture.
“Percebemos que a ferramenta digital foi convencendo segmentos mais reticentes de que ela também é eficaz. Além disso, com os gestores no topo da pirâmide, que são os responsáveis para passar o briefing para a base, saber o que eles estão esperando ajuda o mercado a pensar em como sobreviver e talvez até a se readaptar a essa nova situação que estamos vivendo”, diz Roberta.
“O que aconteceu no mercado de entretenimento, e diretamente com a nossa empresa, foi que não só paramos com os eventos, mas também com os lançamentos de filmes. Estamos totalmente parados, esperando os cinemas reabrirem para voltarmos a trabalhar. O impacto no nosso negócio foi de 100%. Sentimos muita falta dos eventos e o produto cinema é presencial, não tem como ser substituído. Então esperamos muito pela volta, com protocolos e segurança”, comenta Ana.
Para Thaís, que também é coordenadora do Comitê de Eventos da Alagev, muito se discute sobre a retomada na comunidade, mas ainda não há previsão.
“Tínhamos muita resistência com os eventos virtuais, mas estou me surpreendendo com o que estou vendo no mercado. Estamos percebendo uma adaptação muito grande para o formato digital. Claro que isso não quer dizer que tudo será online e não teremos mais o presencial, mas muitos congressos, por exemplo, estão acontecendo digitalmente e poucos foram prorrogados para o ano que vem”, comenta.
“O grande xis da questão é que temos de ter muita calma neste momento e aproveitá-lo como uma oportunidade de encontrar uma nova forma de repensar as nossas práticas e que mundo queremos para o mercado Mice”, finaliza Roberta.
Em seguida, o painel “O poder da liderança em momentos de crises” levou ao palco do congresso Tatyane Luncah, fundadora e CEO da agência Grupo Projeto, Leila Bueno, diretora da Bueno Arquitetura Cenográfica e contou ainda com a participação de Linda Pereira, CEO CPL Events e presidente da Spring Up Europe, diretamente da Inglaterra. As convidadas fizeram uma reflexão sobre o momento atual do mercado e debateram os desafios, incertezas e as superações a serem alcançadas em relação a liderança na retomada das atividades.
Tatyane Luncah, mediadora do debate, perguntou às participantes como as empresas e as lideranças podem se diferenciar diante desse período de compartilhamento e cocriação que estamos vivendo, sobretudo nessa era em que o papel da mulher mudou muito nas empresas e sociedade.
Para Leila o momento permitiu tirar projetos do papel e contribuir em ações efetivas para a sociedade. “Tivemos aquele tempo que nunca sobrava. Na Bueno, resgatamos projetos que estavam adormecidos, como a utilização de materiais de cenografia para a criação de mesas para criança que estão estudando em casa e não têm um local adequado de estudo”.
Linda conta que em sua empresa foram criadas três áreas para compartilhamento de conhecimento: “aos clientes que entraram em pânico tanto quanto nós, decidimos criar aula de comunicação para ensinar como criar online, para eles aprenderem a se habituarem neste mundo novo. Fizemos uma formação interna que é como sobreviver em qualquer economia; que são estratégias de negócios para evitar que pequenas empresas do futuro entrem em falência diante de problemas como esses, e para os parceiros criamos uma formação de como criar eventos híbridos, como criar eventos online, uma expertise da empresa há muito. Na parte acadêmica, ensinamos os professores como tornarem as aulas online interessantes, apelativas e participativas para os jovens alunos. Por fim, temos ajudado as universidades a ensinarem os professores a comunicarem online”.
Tatyane aborda o quanto o network é importante nesse momento, principalmente diante dos desafios de manter um relacionamento com os clientes que podem estar totalmente perdidos. Ela questionou como as lideranças devem usar a rede de network a seu favor.
“Não vá pensando em tirar nada. Eu não vejo outra forma de expandir negócio que não seja através do compartilhamento e da colaboração. Precisamos nos aprimorar muito na nossa rede de network e no benefício que ela pode trazer. Quandos voltarmos, precisaremos dar valor à questão intelectual. Temos de colocar de fato a nossa empresa discutir como será esse futuro próximo. Seja nas formas de negociação, de pagamentos, ou de entender o que esse cliente vai precisar de nós. É preciso pensar que futuro estamos construindo para nosso setor”, analisa Leila.
Para Linda o network é um instrumento estratégico da sua vida pessoal e profissional. Ela afirma que é a arma mais poderosa da exploração dos negócios e dos profissionais.
“Eu desenvolvo estratégias não só dentro do meu setor, mas expando constantemente para todos os setores. Eu analiso quais são os setores que eu não tenho rede e foco em expandir a minha rede nesses setores. Para mim network é uma palavra de estratégia negócios. Não tem outro significado senão esse. Quem não faz não sabe fazer negócios”, enfatiza.
Tatyane também aborda o protagonismo feminino nas empresas e questiona de que maneira as convidadas atuam para ajudar outra mulher dentro da área de marketing e eventos e em relação à equipe e clientes.
“Sou ativista há mais de 40 anos pela igualdade e paridade de gênero. Sou muito exigente e quando vou há algum evento que não tem mulher participando de algum painel, eu simplesmente levanto e reclamo muito nas redes sociais”.
Leila ressalta o papel da mulher nas associações, uma vez que o associativismo ainda é muito masculino. “Estamos tentando, mais do que nunca, dar voz à mulher no associativismo. A mulher tem muita essa sensibilidade e essa perspicácia da emoção, e isso faz a diferença no resultado”.
“Quando falamos em liderança, falamos de flexibilidade e também sobre você ser o exemplo. Muitas vezes, nem imaginamos que somos inspiração para muitas pessoas. É muito importante, quando você tem um insight, compartilhar com seu mercado. Sempre pense qual é o seu maior diferencial. Esse é o momento de reestudar e fazer acontecer dentro do nosso negócio”, conclui Tatyane.
Painel AMPRO
Finalizando as apresentações do primeiro dia, o painel “Os impactos da pandemia e os novos rumos do Live Marketing” foi o tema do painel mediado pela AMPRO – Associação de Marketing Promocional. Comandado por Alexis Pagliarini, presidente executivo da AMPRO, o painel teve as participações de Silvana Torres, CEO da Markup, Marcio Esher, sócio-diretor da Holding Clube e Conselheiro AMPRO, Marcos Jochimeck, diretor-executivo da V3A e VP Regional da AMPRO, e Hebert Lacava, sócio-diretor da A Cuca, que também representou o Comitê de Relações Sustentáveis da AMPRO.
A entidade convidou os espectadores do evento a acessar um QR code, e responder ao vivo uma rápida pesquisa sobre o desempenho de suas empresas durante a pandemia, e, em seguida, com base nos resultados, perguntou ao painelistas se refletiam a realidade de suas empresas.
“É mais uma oportunidade da AMPRO identificar os impactos da pandemia, por intermédio de uma pesquisa durante o evento, e contribuir com insights para o futuro”, afirma Alexis Pagliarini.
Hebert explicou que inicialmente a pesquisa foi feita com algumas agências da AMPRO e que agora a intenção é amplificar para entender o cenário real do segmento, para poder trazer soluções e entender quais rumos devem ser tomados de agora em diante. “A pesquisa é bem objetiva e tem o intuito de entender como e que está a situação de cada um de vocês, para possamos discutir com os colegas e entender realmente o que o setor está enfrentando. De uma maneira geral, somos criativos e podemos buscar soluções. Acreditamos na retomada de uma maneira consciente”, afirma Hebert.
Para 75% que responderam a pesquisa, a crise provocou uma redução no budget dos eventos realizados para os clientes. 30% das empresas responderam que sobrevivem a 2020, 25% acreditam que chegam até o primeiro semestre de 2021 e 40% respondeu que vai conseguir superar a crise.
“Estamos levando em conta a situação como está hoje. Esperamos que haja uma mudança desse quadro, e aparentemente, já começamos a ter uma perspectiva de mudança. O mercado de live marketing não se resume a eventos, mas é o setor onde teve um impacto muito forte”, explica Alexis.
Alexis perguntou aos convidados se a pesquisa, de uma maneira geral, reflete a realidade das suas empresas.
Para Silvana, todas as agências de live marketing vão se encontrar, de alguma maneira, refletidas na pesquisa. “Tivemos sim um impacto. Todos os nossos eventos desse semestre foram cancelados, depois o mercado foi buscando soluções e os eventos que foram cancelados, foram sendo substituídos por eventos digitais, e os programas de incentivo ganharam uma importância. Sofremos um impacto, mas esses se comparado aos novos rumos que tivemos de encontrar foram muito benéficos”.
Marcio Esher também acredita que o resultado da pesquisa reflete o cenário atual do mercado como um todo. “Tivemos de nos reinventar. Mas a verdade é que ninguém sabia o que fazer. Agora a gente planeja a semana, cada semana é um passo à frente pra entender o que fazer. Nosso primeiro movimento foi: vamos repensar a estrutura”.
Já Marcos Jochimeck conta que a empresa fez um trabalho de entender o entorno e tomou a frente de um projeto para construção de dois hospitais de campanha para a Rede D’Or, financiados por empresas que entendem a necessidade de saber olhar ao redor. Em sua opinião, essa iniciativa também é live marketing, além de muito propósito. “Para o Rio de Janeiro foi muito importante, para a V3 foi uma marca que vamos carregar na nossa história. Precisamos entender tudo o que está acontecendo e tentar enxergar uma série de oportunidades. Temos que olhar para os stakeholders de uma maneira mais ampla”, opina.
Para Hebert, a pesquisa reflete bastante a realidade da sua empresa. “Ficamos conhecidos como uma agência com ênfase em eventos, por isso sentimos bastante a paralisação do mercado. Nos reestruturamos e disponibilizamos uma espaço da sede para acoplar profissionais da área, uma espécie de coworking colaborativo do mercado. Também estamos nos aproximando de alguns parceiros estratégicos e de outros players. Acredito que é um momento muito importante para que os clientes entendam suas agências como parceiro estratégico. Mais do que nunca, o mercado nos dá mais oportunidades de fazer parte da estratégia da empresa, e eu estou tentando colaborar com essa consciência do mercado”, conclui.
O segundo dia abordou a experiência do cliente, a valorização das pessoas e desafios e oportunidades para os grandes eventos.
Na palestra “AC/DC a experiência do cliente nunca mais será a mesma”, Manoel Carlos Junior, palestrante internacional e criador do método “Experiencialize”, falou sobre como o mercado está se adaptando para a nova era em que estamos vivendo, e como as tendências em experiência do cliente podem contribuir na adequação das empresas. Para o palestrante, as mudanças foram aceleradas pela pandemia e a experiência do cliente, do hóspede ou do viajante será diferente bem diferente do que era antes.
“Muitas empresas estão se adaptando e na área de eventos não está sendo diferente. O mundo mudou rapidamente. Vivemos em uma era onde há excesso de tecnologia e escassez de afeto. As pessoas nunca sofrerem tanto depressão como hoje em dia. Que nível de afeto você está entregando aos clientes, dando atenção verdadeira, fazendo contato olho no olho, como está sendo sua capacidade de criar empatia”, questiona.
Ele afirma que o momento de se diferenciar é agora. “Estamos vivendo a era da experiência e do intangível. Mais do que gerir números, pessoas, ativos e passivos, é preciso gerir a emoção, dos stakeholders também, mas sobretudo dos clientes. As emoções vão cada vez mais decidir quem ganha a concorrência”, enfatiza.
Quem vai ficar não são os mais fortes, mas os que se adaptam melhor com mais eficiência, diante dessa nova regra do jogo. É preciso desapegar do modelo antigo e coragem de fazer o novo, de arriscar e de sair na frente. As empresas que estão ganhando dinheiro são as que ouvem e prestam atenção no cliente. Dessa maneira, formatam novos produtos que tenham fit com esses cientes”, conclui.
Na sequência Gilmar Pinto Caldeira, que atua no mercado de incentivos e viagens de incentivos há mais de 25 anos, moderou o painel “Ressignificando a importância do incentivo: A valorização das pessoas como força impulsionadora na retomada”, juntamente com Adrianne Pereira, diretora de viagens de incentivo da MCI Brasil, Luis Fernando Ferreira, com vasta experiência no desenvolvimento e gestão de programas de fidelização e incentivos, além de Manoel Carlos Junior.
O debate refletiu sobre a importância da valorização das pessoas para o sucesso das empresas e de como o incentivo pode ser uma ferramenta para ajudar no processo de retomada e impulsionamento dos negócios.
Gilmar afirmou que com a chegada da pandemia, as pessoas passaram a ser o centro de atenção dos negócios. “A primeira coisa que as empresas fizeram foi mandar os ativos para casa. As empresas não têm nada se não tiver o seu principal ativo. Quem produz, reverte resultados e salva, são as pessoas. Por isso, acredito na reversão desse momento. O incentivo vai ser uma das atividades do live marketing que vai se recuperar mais cedo”.
Na opinião de Adrianne existe uma demanda grande reprimida em relação às viagens de incentivo. Ela defende que a função dos profissionais da área nesse momento, é tentar atenuar os problemas e o estresse de viajar.
“Agora com procedimentos de saúde vai ser mais um estresse na viagem. Nosso foco é tentar diminuir a preocupação do viajante. O ideal é promover viagens mais individuais num primeiro momento, pois o viajante ou premiado terá mais sensação de tranquilidade e a viagem em grupo vai acontecer. A questão é como ele pode viajar melhor. Nossa função vai ser essa tentar amenizar essa situação.”
Para Luis Fernando, os dados dos clientes ajudam a entender o perfil de cada um. É possível saber quem é essa pessoa e o que ela quer. Mas há pouco interesse em usar isso nos programas de incentivos atuais.
“Começamos a compreender que esse resgate é importante e enriquece. Estamos falando com pessoas e precisamos entender quem elas são. As empresas querem ouvir mais o mercado nacional, que é mais criativo e a tratativa humana é mais diferenciada”, opina.
Para Manoel, após a pandemia haverá mais personalização. “A retomada para grupos vai ficar para um segundo momento. A retomada vai ser com viagens mais personalizadas. Acho que essa customização vai ser uma tendência nas viagens de incentivo em geral”.
“Os destinos já estão começando a se movimentar para vender melhor. É uma estrutura que todo mundo queria que o Brasil tivesse, além de uma estrutura, um atendimento melhor. Acho que o destino nacional vai ter muita procura. Há lugares e coisas incríveis para desenvolver”, opina Adrianne.
Gilmar lembra que incentivos não são restritos às viagens, mas nesse momento em que a demanda está reprimida, elas se diferenciam por serem uma experiência que ativa os cinco sentidos se tornado únicas e inesquecíveis.
Encerrando o segundo dia de apresentações, o painel: “Os desafios dos eventos globais: aprendizados e oportunidades”, teve as participações de Tonico Novaes, head da campus Party em Portugal, Tracy Mann, representante do SXSW no Brasil, evento anual no mundo de tecnologia, empreendedorismo, novas mídias, jogos, cinema, desenho e música em Austin, Texas e Felipe Hatab, diretor de marketing das marcas premium da Ambev. Os três líderes atuantes no mercado refletiram sobre os desafios dos grandes eventos.
“O nosso desafio é como criar uma interação virtual para trazer as coisas que acontecem informalmente nos eventos presenciais. Na hora do café ou esperando da fila de uma palestra. Esses momentos de conexão com as pessoas, que são justamente as pessoas que você está mais afim de conhecer. E, por mais que haja dificuldades, eu fico preocupada e ao mesmo tempo pronta para batalhar, para lutar e para entender como fazemos a tradução dessa experiência presencial para o virtual”, opina Tracy.
Na opinião de Felipe, para aproveitar as oportunidades não pode ter medo de errar. “Se não dermos chance ao erro nesse negócio, não vamos conseguir saber o que realmente é tendência”.
Tonico acredita que o patrocinador não quer mais comprar placa ouro ou prata. Para ele é a experiência que precisa ser ampliada e o que é fará diferença é o storytelling que vai ser construído para mostrar o que pode contribuir com o valor da marca, engajar a comunidade e trazer relevância.
“Precisamos como profissionais de eventos, profissionalizar essas propostas e levar para todas essas empresas propostas da experiência completa, e fazer com que elas ganhem tempo, não com que percam tempo chamando a agência para poder criar todas as ativações necessárias”, diz.
“Acho importante destacarmos o que esse momento trouxe virtual trouxe de bom, e levar as inspirações e possibilidade para o futuro e não olhar o momento. São experiências diferentes. Como profissionais de eventos, temos que ir atrás para entender, desenhar e utilizar o virtual complementar aos nossos grandes eventos presenciais”, conclui Tracy.
Terceiro dia
Iniciando o terceiro e último dia do congresso com o “Manifesto Humanista – Resetar, Recall, Reciclar, Ressignificar”, apresentado por Daniel Ramirez, CEO do Grupo GAR (Grupo Azevedo Ramirez), a palestra convidou líderes e suas equipes para pensarem no modelo atual de trabalho, relacionamento, e provocou inquietações ao abordar um dos períodos mais conturbados vividos pelo mundo, como uma oportunidade de gerar questionamentos em relação ao papel da liderança.
“Procuro não pensar neste momento muito difícil, como uma quarentena, porque isto é opressor. Penso que é um sabático, porque é mais libertador”, afirma.
A palestra tem foco na evolução e desenvolvimento humano, a partir de 4 movimentos:
O Indivíduo e suas estratégias para acionar o Reset, o compromisso pela responsabilidade do Recall, o entendimento do cenário e o momento de Reciclar e, a partir deste processo, gerar insights que o levam a compreender a importância do ato de Ressignificar a si próprio ao longo desta jornada.
“É fundamental entender e analisar todo o cenário de sua vida neste momento. Estamos no mesmo oceano, mas não estamos no mesmo barco”, destaca Ramirez, ao discorrer sobre a importância de sermos colaborativos neste momento, em que o papel e a contribuição anônima de cada um é mais significativa do que nunca.
Nesta trajetória marcada por uma série de realizações e desafios somos convidados a nos reposicionar frente às demandas que não mais respondemos com os mesmos padrões.
“E se você pudesse repensar alguns de seus posicionamentos e decisões nos últimos anos, sem o peso do erro, do equívoco, da necessidade de um resultado melhor e sim com a perspectiva de ressignificar sua jornada de aprendizagem?”,questiona.
Estas escolhas, e um bom planejamento, criarão subsídios para a adaptação dos indivíduos e a sustentação de um “novo você”.
“Estamos no intervalo, no vestiário, recebendo novas instruções para fazero segundo melhor tempo da nossa vida!”,ressalta o executivo sobre o quanto é necessário parar e fortalecermos os alicerces para toda essa fase de adaptação às mudanças que virão.
Na palestra “A evolução dos eventos” desenvolvida especialmente para o congresso, Dani Martins, produtora de eventos, compartilhou a o que aprendeu e vem aprendendo sobre eventos online e híbridos. A palestrante apresentou cases de mercado, mostrando as adaptações, dificuldades e novidades do setor de eventos.
“Marketing + Vendas: Muito além da geração de leads”, foi o tema da palestra conduzida por Jonas Rogério Carvalho, coordenador de vendas corporativas no atendimento corporativo do Senac São Paulo. “O conflito que ainda existe sobre as áreas de marketing e vendas nas empresas, muitas vezes, tomam caminhos opostos em busca de um objetivo, que deveria ser comum, alcançar as metas com sustentabilidade. Apenas as empresas com foco total na geração de negócios vão sobreviver no período pós-pandemia”, ressalta.
No mesmo dia em que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) entrou em vigor no país, “As implicações da LGPD no Live Marketing”, foi o tema apresentado por Paulo Focaccia, advogado da Focaccia Amaral e Lamonica Advogados.
Marcelo Pimenta, professor da ESPM-SP e especialista em inovação e criatividade, apresentou o tema: “IKIGAI: Fazer o que se ama e ganhar dinheiro vai fazer você viver mais!”. Na palestra, ele ensina como a ferramenta pode ajudar as pessoas a ganharem dinheiro fazendo o que amam. “Segundo os japoneses, todos nós possuímos um Ikigai, ou seja, um propósito de vida em nosso interior e devemos descobri-lo, torná-lo nosso e carregá-lo sempre”, explica.
No painel “A transformação no mercado de eventos – experiência híbrida”, Guilherme Miotto, sócio-diretor do Grupo Hoffmann, abordou a transição dos eventos presenciais para os virtuais, e posteriormente, híbridos. Ele apresentou um contexto do mercado, e das dificuldades enfrentadas pelo grupo, de como vêm se reinventando e de como, na sua visão, o mercado começa a superá-las.
Ele apresentou as características de uma plataforma para apresentação de um evento híbrido: capilaridade, escalabilidade, convidados remotos e presenciais, experiência interativa, mescla de expertise, plataforma para interligar tecnologias, isso tudo tendo como pilares: planejamento, experiência, conteúdo e tecnologia.
“O primeiro passo que começamos a trabalhar com qualquer cliente na construção de um evento híbrido, é justamente a desconstrução do evento presencial. Procuramos entender como era o evento presencial, como era cada detalhe, as atividades que ele fazia no seu evento, e assim construímos um evento híbrido basicamente fortalecido por experiência e interatividade. Quando construímos o evento com o cliente, usamos toda nossa expertise de broadcast e chegamos numa entrega com profissionais de TV e eventos com equipamentos que servem para ambos os lados”.
Guilherme conta que a empresa é uma das pioneiras na realização de eventos híbridos, e logo começo da pandemia realizaram um evento ao vivo com a participação de 2.500 pessoas. Após seis meses, a empresa conta com 12 estudos e pretendem até outubro chegar em 20 estúdios espalhados pelo Brasil. Hoje, já são 217 eventos realizados, nos segmentos: associativo, corporativo, treinamento e desenvolvimento.
Em relação às expectativas de futuro, Guilherme aposta na retomada dos pequenos eventos, as pequenas reuniões, entre o final de 2020 e início de 2021 e a retomada dos grandes eventos entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022. O grupo também aposta na manutenção do formato híbrido até a metade de 2021.
“Sem dúvida o evento híbrido veio para ficar. Há muitos pontos positivos que estamos aprendendo cada vez mais a explorar e lidar com isso e com certeza essa manutenção do formato de estúdios veio para ficar”.
Para Guilherme um ponto crucial é a mescla do formato presencial com o virtual, trazendo eventos híbridos com grandes públicos nas duas pontas.
“Outro ponto positivo dos eventos híbridos é a perenidade das ativações de marca e patrocínio nos eventos que também pode ser explorado nos dois formatos. Os patrocinadores podem continuar ativando as marcas nos eventos presenciais como faziam mesclando com o ambiente virtual”.
Na sequência, Guilherme convidou Peterson Prado, vice-presidente de operações da AVIPAM e Fernando Palauso, diretor comercial da Valur Pró-Marketing, para discutir os impactos da pandemia nos eventos das empresas e de como eles têm feito para se reinventar.
O painel “Depois dos protocolos, finalmente vem a Retomada?”, moderado por Paulo Octavio de Almeida (P.O), diretor da Live Marketing consultoria e com as participações de Eduardo Linhares, sócio da Trio Eventos e Malu Sevieri, profissional que está à frente da idealização da edição brasileira da Feira MEDICA, finalizou as apresentações do congresso com uma ampla e importante discussão sobre o cenário atual dos eventos, os próximos passos e como deve ser essa retomada.
O debate encerrou o 5º Congresso MICE Brasil deixando os seguintes questionamentos: “Depois de diversos protocolos sabatinados, nos quais foram levantados os itens de sanitários e de segurança que devem ser seguidos por quem organiza eventos, sejam eles grandes, médios ou pequenos, o mercado como um todo se pergunta “até quando devemos esperar. Já temos os protocolos. Quando virá a retomada de verdade?
EBS 2020 continua aberta para visitação virtual até o final do ano
Para quem não teve oportunidade de acompanhar a Semana Virtual da EBS, a boa notícia é que o acesso gratuito à Feira Virtual e ao conteúdo do 5º Congresso MICE Brasil, continuam disponíveis gratuitamente na plataforma do evento, até dezembro de 2020. As rodadas de negócios virtuais realizadas no Speed Meeting, também seguem até o final do ano.
As inscrições gratuitas seguem abertas aos que quiserem continuar gerando relacionamento a aprendendo mais sobre o segmento MICE.
“Continuamos trabalhando em prol do mercado de eventos, incentivos, congresso e feiras. A expectativa é que com essa iniciativa, o número de participantes do evento seja triplicado até o final do ano”, comenta Baranowsky.
A Feira EBS 2021 já data confirmada para 2021, será presencialmente, nos dias 15 e 16 de junho, no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo.
Serviço:
Feira EBS Virtual 2020
Congresso MICE Brasil 2020
www.congressomicebrasil.com.br
Speed Meeting Virtual