Publicado em 09/10/2020
Há um bom tempo a Hoffmann vem acompanhando a digitalização do mercado como um todo e, principalmente, a digitalização do mercado de eventos. Dessa forma, já estavam trabalhando em diversas soluções como plataforma online e estúdios para eventos.
Desde o início do mês de março, a empresa acompanha o andamento da pandemia ao redor do mundo, intensificando pesquisas e desenvolvimento dessas soluções. Passada a primeira quinzena do mês, quando viram a reinvenção do mercado de eventos: todos os eventos físicos serem adiados ou cancelados, a empresa lançou no mercado uma nova solução para eventos híbridos, através de um evento realizado no dia 31 de março deste ano, no estúdio da Barra da Tijuca (RJ), o primeiro dos 20 estúdios que a empresa promete entregar até o final de 2020. A Hoffmann começava assim, a escrever um novo capítulo de sua história, sempre acreditando na evolução do mercado de eventos.
Em entrevista à Revista EBS, Guilherme Miotto, diretor-executivo do Grupo Hoffmann, faz uma análise sobre a reinvenção no mercado de eventos e compartilha as estratégias da empresa para a manutenção dos eventos em formato híbrido e online, seja para eventos corporativos, entretenimento e até mesmo cursos.
Revista EBS – Quais mudanças ou adaptações o Grupo Hoffmann teve de fazer durante a pandemia para a entrega dos eventos?
Guilherme Miotto – Nossa empresa já estava passando por algumas mudanças antes da pandemia e esse processo foi acelerado. Nós concentramos nossos depósitos e estrutura física no Rio de Janeiro e São Paulo, buscando otimizar o processo logístico entre os sete estados em que temos filiais. Aproveitamos também para aproximar e integrar todas as empresas do Grupo Hoffmann, o que facilita muito nossas operações e nossos processos comerciais. Mas, a grande mudança ficou por conta da forma de entrega de nossos projetos, pois saímos de uma entrega de enorme capilaridade dos 600 eventos presenciais por mês, para a montagem de sofisticados estúdios fixos. Ou seja, deixamos de percorrer o Brasil com nossos equipamentos e passamos a receber o cliente em nossos estúdios.
EBS – Como tem sido o feedback dos clientes em relação a esse novo modelo de eventos híbridos?
Miotto – Foi um processo importante de demonstração das funcionalidades e facilidades desse modelo, bem como das estruturas físicas robustas que preparamos. Muitos clientes acreditavam que em três ou seis meses já conseguiriam fazer seus eventos normalmente, o que demandou um grande esforço comercial para mostrarmos todas as possibilidades de interação, exploração de conteúdo, ativações de marca e networking através da nossa plataforma híbrida de eventos. Aos poucos temos conquistado cada vez mais clientes, com quem temos feito grandes entregas, chegando a uma marca de mais de 150 eventos nesses meses de pandemia.
EBS – Em sua opinião, as partes envolvidas (o mercado, os clientes e o público) estão preparadas para essa reinvenção, esse novo formato de evento?
Miotto – A mudança foi muito brusca para todos. Do dia para a noite não podíamos mais fazer coisas que fazíamos pessoalmente nos últimos anos: correr no calçadão da praia, ir ao cinema, tomar uma cerveja no bar, isso tudo gera um grande impacto em nossos hábitos de consumo. E não foi diferente para o mercado de eventos. Apresentamos a solução de eventos híbridos no último dia de março e temos aprimorado ela diariamente. Nesse caminho, passamos por um período de apresentação e convencimento do mercado, que demorou um pouco para reagir. Mas o poder de adaptação dos seres humanos é enorme. Hoje vemos que promotores, organizadores, clientes finais e até mesmo participantes estão mais abertos aos eventos híbridos e todas suas características. Todos os pontos analisados nos mostram avaliações extremamente altas e um alto índice de satisfação de participantes e clientes.
EBS – Quais as vantagens e desafios para montar uma estrutura própria de estúdios?
Miotto – A oportunidade de termos os estúdios na nossa base é incrível. Isso traz muita facilidade de equipamentos, internet, energia, logística e mão de obra, o que faz com que nosso serviço seja ainda mais competitivo. Tivemos que adaptar nossa estrutura para montagem dos estúdios, bem como estabelecer e seguir todos os protocolos recomendados pela OMS para receber clientes com segurança. A experiência e o resultado disso vêm sendo incríveis.
EBS – Qual o limite de eventos que a Hoffmann pode entregar simultaneamente?
Miotto – Nossa estrutura está em constante crescimento. Iniciamos com um estúdio no RJ e alguns dias depois, um estúdio em SP. Hoje já temos seis em São Paulo, quatro no Rio de Janeiro, um em Curitiba e um em Porto Alegre. Sendo que até o próximo mês de outubro chegaremos a 20 estúdios espalhados em 6 capitais. Dessa forma, poderíamos pensar que a nossa capacidade de entrega está limitada ao nosso número de estúdios, ou seja, 20 simultâneos até outubro. Porém, seguindo os aprendizados que tivemos com a prestação de serviços para TV nas últimas décadas, desenvolvemos um modelo de estúdios móveis e remotos, onde podemos montar um estúdio e entregar um evento em qualquer lugar do país em até 48h.
EBS – Quais são suas expectativas em relação a manutenção dos eventos híbridos?
Miotto – Acreditamos que o mercado avançou alguns anos em poucos meses. Os eventos híbridos já eram uma tendência que estava na iminência de acontecer nos próximos tempos e essa pandemia encurtou esse processo. Com o tempo, certamente os eventos físicos voltarão a existir, mas os eventos híbridos vieram para ficar. Com eles, os eventos estão rompendo barreiras de público e, consequentemente, de retorno financeiro, ganhando escala e capilaridade. Definitivamente, o mercado de eventos chegou ao mundo moderno, onde estamos acostumados a ter acesso a tudo a qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer tipo de dispositivo.
EBS – O que se deve levar em conta para proporcionar uma experiência positiva nos eventos híbridos?
Miotto – Interatividade. Desde a plataforma virtual até a estrutura do estúdio, nós buscamos oferecer um ambiente personalizado para a realização do evento, além de uma transmissão com gerenciamento e funcionalidades totalmente diferenciadas, através de tecnologias avançadas e mão de obra altamente qualificada.
EBS – Você acredita que qualquer segmento pode realizar um evento híbrido?
Miotto – Qualquer segmento pode realizar um evento híbrido, principalmente porque nenhum segmento deve parar durante o momento. Percebemos que o entretenimento foi o primeiro a reagir, através das lives musicais. Em seguida veio a capacitação, quando cursos e eventos de treinamento e desenvolvimento também começaram a surgir com força. Mas logo os demais tipos também reagiram e hoje realizamos diariamente eventos dos mais variados tipos: associativos, convenções, assembleias, lançamentos de produto, entre outros.
EBS – O mercado vem apresentando diversas soluções para transmissão dos eventos. Quais os diferenciais do modelo oferecido pela Hoffmann?
Miotto – Nossos diferenciais começam por um atendimento consultivo personalizado. Como o mundo de eventos híbridos é extremamente novo, a cabeça dos clientes está se adequando a esse novo mindset. Por isso, nosso atendimento é focado no evento presencial, para podermos enxergar e entender as ideias que o cliente está projetando para seu evento e, aí sim, trazê-las para o mundo dos eventos híbridos. Além disso, temos um profundo conhecimento técnico aplicado a eventos híbridos, misturando dois tipos de know-how: primeiro o adquirido em 40 anos de história em gerenciamento de eventos presenciais e, depois, o adquirido em duas décadas de gerenciamento e prestação de serviços na indústria televisiva nacional. E, por fim, somos o único player do mercado capaz de unificar e oferecer todas as soluções necessárias para um evento híbrido, desde a plataforma virtual, passando pela criação gráfica, até chegarmos aos estúdios.
EBS – Colocando em perspectiva, quais as apostas da empresa para os próximos meses?
Miotto – Vemos a aceitação dos eventos híbridos melhorar a cada dia e, aos poucos, uma flexibilização das atividades do dia a dia. Falando-se em curto prazo, certamente os eventos continuarão sendo realizados através de plataformas híbridas, contando com estruturas virtuais e de estúdios. Agora, ao falarmos em médio e longo prazo acreditamos que os eventos serão híbridos, mesclando fortemente a experiência digital com a presencial.
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