Página Principal Revista EBS

A gestão na 4ª Revolução Industrial

José Salibi Neto, cofundador da HSM, empresa líder em Educação Executiva, comenta sobre a gestão das empresas durante a 4ª Revolução Industrial.

Nesta entrevista, o executivo aborda os desafios, dicas para o setor, além de seu livro “Gestão do Amanhã”, escrito em conjunto com Sandro Magaldi.

Revista EBS:

Hoje, qual a principal dificuldade para os profissionais alcançarem seu potencial máximo?

José Salibi Neto, cofundador da HSM

José Salibi Neto:

A principal dificuldade é que as pessoas não sabem seu potencial. A maioria delas não sabe exatamente até onde podem se desenvolver. Por outro lado, as empresas tratam seus funcionários dentro de um grupo. São raras as empresas que fazem um trabalho individual de desenvolvimento, de coaching, para saber até onde essa pessoa pode se desenvolver. Há uma falta de conhecimento dos dois lados. É necessário não só um trabalho de desenvolvimento personalizado, de coaching, mas também do próprio presidente da empresa, que precisa estar consciente de que a pessoa, focada no negócio, também é consciente sobre o que tem de fazer para tirar o máximo de todos para que a empresa possa crescer.

Revista EBS:

Quais são os principais desafios da gestão de pessoas nas organizações?

José Salibi Neto:

Os principais desafios hoje são: trazer o potencial máximo das pessoas e também de treiná-las para uma nova maneira de pensar em um mundo voltado à tecnologia. Há casos de empresas, como a Blockbuster, Nokia e Kodak, que tinham pessoas maravilhosas em seu comando, em termos de formação, mas não entenderam as mudanças causadas pela tecnologia. Hoje, muito do que a gente fala, e destacamos no livro “Gestão do Amanhã”, com um capítulo inteiro, é sobre as novas habilidades dos líderes. Tem o líder conector, o pensamento arrojado, o líder como tomador de risco e o líder como criador do futuro, por exemplo.

Revista EBS:

Como deve ser o futuro da área de gestão de pessoas?

José Salibi Neto:

Não é possível ter cem por cento de certeza, mas uma aproximação. A primeira fase é saber se o faro das pessoas que estão cuidando das empresas, o diretor de recursos humanos e o presidente, se eles têm essas habilidades necessárias para competir em um mundo gerido pela tecnologia, ou se as habilidades deles são de um mundo linear, mais velho, que só veem o mundo pelo trabalho em equipe, pela inspiração. É importante o trabalho de inspirar as pessoas, o trabalho de gestão de conflitos. O mais complicado é esse próximo passo. Não adianta uma cabeça velha em um mundo novo.

Revista EBS:

Como está o cenário da liderança das empresas no país hoje em dia?

José Salibi Neto:

Acho que o cenário não é muito bom. O Brasil não tem, hoje, à nível mundial, empresas referências no mundo. Principalmente na área de tecnologia. É preocupante, pois nós estamos com empresas de um mundo mais velho. As empresas que estão vindo para o Brasil, como Facebook, Amazon e Uber, já se capacitaram de uma maneira diferente, eles têm profissionais com uma outra cabeça. A tendência é que muitas empresas acabem sendo engolidas. A Amazon está chegando fortemente ao Brasil, na área de varejo. Os varejistas brasileiros que estavam acostumados com esse ambiente terão de correr rápido agora.

Revista EBS:

O que podemos esperar para a área em 2018?

José Salibi Neto:

O que podemos esperar, eu não sei. Mas o que as pessoas podem fazer pela própria empresa e por elas mesmas. Elas precisam aprender a se educar, estarem mais conectadas com o mundo. A escola de negócios está obsoleta também; os profissionais precisam sair mais da empresa, visitando empresas que estão na crista da onda. A solução não está nas empresas ou nas escolas. Isso porque estão surgindo novas formas de liderança, fazer negócios, pensar em estratégias. Isso, infelizmente, não vai ser ensinado na escola. As empresas devem ir para esses centros, viajar mais, estar em contato, fazer uma avaliação da cabeça de cada um dos executivos para ver se eles têm perfil para competir na nova era.

Revista EBS:

Como surgiu a ideia para o livro “Gestão do Amanhã”?

José Salibi Neto:

Eu e o Sandro (Magaldi) trabalhamos juntos na HSM. Eu sou um dos fundadores, ele foi diretor comercial, depois nós nos separamos, mas sempre mantivemos contato. A gente foi conversando e uma das coisas que nos intrigava era a história da gestão e como ela é contada hoje. Vendo esse mundo onde só se fala em tecnologia, na 4ª revolução industrial, a integração do mundo biológico, físico e digital, isso é muito novo, não há nem material para aprender. Começamos a voltar no tempo para ver o que aconteceu que originou novos pensamentos de gestão. Depois que fizemos a linha do tempo da gestão, da invenção da máquina à vapor até a 4ª revolução industrial, nós vimos que tínhamos um livro nas mãos. Foi aí que decidimos estudar e propor novos modelos de negócios, de aprender e liderar.

Revista EBS:

Como a indústria 4.0 afeta diretamente a gestão?

José Salibi Neto:

Ela tem tudo a ver. A 4ª revolução industrial nasceu de uma vez. Só que, como o mundo da tecnologia cresce cada vez mais rápido, essas ciências estão aumentando cada vez mais. Muitas outras ciências estão vindo junto, que são computação na nuvem, biotecnologia, neurociência, enfim. Então, o que acontece? Vivendo nesse mundo de tantas possibilidades, se você não tiver gente com uma cabeça completamente capacitada para fazer a ligação sobre o que a Inteligência artificial tem a ver com a gestão, por exemplo, a empresa vai ficar para trás. Esse é o grande impacto na gestão: todas essas ciências juntas. Por exemplo, a robótica impacta as empresas, porque muitas das tarefas serão feitas, consequentemente, por robôs. E como é que faz? Gestão de equipes de robôs? São grandes mudanças, e tudo a ver com gestão.

 

 

Relacionados

Em visita ao Brasil, CEO da RX destaca tendências para o setor de eventos

Treinando equipes de sucesso (com propósito) através do team building

Fórum Inclusão da Diversidade tem inscrições abertas e gratuitas

O Mulheres de Eventos 2024 conta com o patrocínio da Eventesse Live Marketing