Quanto mais tecnologia, mais humanos precisamos ser
Alguns ainda não acreditando que a tecnologia substituirá postos de trabalhos e empresasPublicado em 20/09/2021
Se você tem mais de trinta ou trinta e cinco anos provavelmente lembra bem de duas séries de televisão que fizeram um grande sucesso na década de 80: Os Flintstones e Os Jetsons, produzidas pela produtora Hanna Barbera. Eu, particularmente, lembro com muito saudosismo das trilhas sonoras e dava boas gargalhadas com as aventuras dessas famílias.
Enquanto os Flintstones viviam na Idade da Pedra, num mundo com máquinas tracionadas por aves e dinossauros, os Jetsons eram uma família de 2062 que conviviam com um grande avanço tecnológico: trabalho automatizado, videoconferências, robôs domésticos, carros voadores, cidades suspensas, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento, e tudo que dá para se imaginar do futuro.
A pauta não é bem sobre quem está certo e quem está errado, qual série acertou mais as tendências do planeta Terra ou mesmo qual era a mais divertida.
Mas relembrando as duas séries podemos observar retratos fiéis de épocas que não estão bem distantes assim da nossa atualidade; na verdade, nunca estivemos tão perto das duas num mesmo espaço de tempo.
Enquanto vemos empresas e profissionais antecipando e implementando tendências, é possível observar muitos outros que ainda parecem viver na Idade da Pedra.
Estou me referindo a empresas e profissionais que rejeitam a tecnologia, oras meio que não acreditando que ela substituirá milhares de postos de trabalho e empresas analógicas, ora não sabendo mesmo o que fazer, para onde ir e com quem caminhar.
Você acredita que em pleno 2020, a maioria das empresas ainda controlam seus fluxos de caixa no velho e bom caderno espiral e vivem a “manualidade” em sua forma mais autêntica? Processos que podem ser realizados com poucos cliques levam dias ou simplesmente nunca são feitos e, consequentemente, nunca analisados. São os legítimos Flintstones corporativos da era moderna.
Se antigamente os processos de inovação levavam anos para serem implementados (a vídeo-chamada que George Jetson usava para se comunicar com seu chefe só se tornou popular mais de três décadas depois), com o intervalo de dias é possível observar a chegada de inovações que rompem com o status quo de seus segmentos. Caminhões dirigidos por robôs, pizzas entregues por drones e aviões pilotados por um comandante de chinelos e bermuda no meio de seu home office podem parecer devaneios, da mesma forma o futurismo dos Jetsons era pra gente há algumas décadas.
O fato é que a crescente e rápida adoção de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA) e a Automatização Robótica de Processos (RPA) irão moldar o futuro do trabalho, já que apresentam resultados precisos em termos de redução de custos e de erros. Em 10 ou 15 anos, ao menos metade dos empregos que conhecemos hoje serão extintos. É o advento de uma verdadeira guerra, talvez a mais grave da era moderna.
Mas, perceba que curioso: justamente o que garantiu o progresso dos seres humanos ao longo da história da humanidade será o aspecto decisivo para vivermos em harmonia com a Inteligência Artificial. Esta regra não tem nada de complexa, para falar a verdade é bem simples: coloque o coração no seu dia-a-dia.
É justamente o fato de “sermos humanos” que será o fiel da balança. Quanto mais tecnologia surgir, mais humanos precisamos ser. Ou, como antigo fã dos desenhos animados, ouso dizer: entre o futurismo dos Jetsons e o coração dos Flinstones, fique com os dois. Iabadabadu!
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