Publicado em 09/07/2020
Com certeza todos vocês já assistiram alguma, inclusive as primeiras, se bobear até fizeram um churrasquinho clandestino, se reuniram com a família ou os amigos, para assistir a um show no conforto da sua casa, não é?
Mas bem no comecinho mesmo, as lives eram as do Instagram, o artista entrava ali, tocava uma hora, a live caia, entrava de novo e assim seguia o barco.
De repente surge o embaixador Gusttavo Lima com aquela live em sua mansão, com drone, cenografia, regado a bebida, palavrões, conversa fiada e o principal que poucos perceberam ou comentaram, um patrocinador, sim, ele foi pago, ele cantou na casa dele, e ainda recebeu por isso. Fora a monetização do canal no Youtube.
Com 10 milhões de seguidores no Youtube, a live teve 750 mil acessos simultâneos e atingiu mais de 11 milhões de pessoas, o que fez ele superar a cantora Beyonce que liderava o ranking mundial da plataforma na época. Ele arrecadou mais de r$100 mil reais em doações e toneladas de alimentos e álcool gel.
Dali em diante, todos os artistas viram uma oportunidade de voltar a trabalhar, e ter renda. Foi então que veio a segunda live dele, e que os números foram bem maiores devido a repercussão nas redes sociais sobre a primeira, e fez com que ele atingisse a marca de 2,6 milhões de acessos simultâneos, na sequência veio Jorge e Mateus com 3,1 milhões de acessos e depois Marilia Mendonça com 3,2 milhões de acessos, e não por acaso, pois fizeram uma grande estratégia de marketing para isso, e é o recorde até hoje.
Até então era tudo festa, alegria e bebedeira, e ai veio o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que fiscaliza a ética na propaganda e proibiu o consumo de bebidas alcóolicas nas lives. Mas que bem sabemos que são consumidos e foram apelidados de chá de boldo, líquido misterioso, entre outros.
Surgiram então casos de processos, lives que saíram do ar, polêmicas, enfim, o formato se desgastou e novos formatos vieram. Lives com cenários, muita estrutura, mais patrocinadores, verdadeiras gravações de DVS’s ao vivo.
Então os números foram caindo, porém, os números de patrocinadores foram aumentando, mas não porque tinha mais gente interessada, mas porque os valores das cotas também caíram, e um ou dois só, já não bancava os custos totais.
Começaram então as lives “compartilhadas”, artistas se reunindo, dividindo “palco”, transmitindo de espaços de eventos, casas de shows, de pontos turísticos e até de estádios de futebol. Grandes festivais como Villa Mix se transformaram em online.
No início foi muito bacana, era novidade, se tornou um passatempo, era a oportunidade de ver vários artistas, sem pagar nenhum real por isso.
Porém os views continuaram caindo, e então vieram as lives com efeitos.
Uma chuva de laser arranhou o céu de São Paulo na live do DJ Alok, depois Luan Santana gravou um clipe durante a transmissão da live direto do Allianz Parque, Dennis DJ fez uma live em 4d, Chitãozinho e Xororó, colocaram os músicos para trabalhar de forma virtual. Foi então que para ter audiência passaram a sortear prêmios, inclusive carros.
Mas também tivemos situações e momentos engraçados e alguns até desagradáveis, como quedas na piscina, tropeços na cenografia do palco, chuva, erros na abordagem do patrocinador, artistas se queimando com o público, animais invadindo as lives ou até mesmo levando seus cantores embora.
Live quer dizer “ao vivo”, mas também tivemos lives gravadas, onde a própria cantora se entregou, ao postar um stories assistindo a live dela mesmo. E isso tem sido recorrente.
Afinal a “live” gravada, é mais segura, mitiga erros e evita problemas com os patrocinadores e também com o CONAR. Mas o público não é bobo e já começou a sacar quando a live é live mesmo.
Em quase 4 meses, tudo isso e muito mais ocorreu, e provavelmente amanhã, ou semana que vem, algo novo surja neste cenário das lives.
Recentemente tem crescido os eventos em drive in, eu mesma estou envolvida em um, mas este assunto a gente deixa para outra hora.
Falei até agora sobre as lives de shows, mas e as lives de eventos corporativos?
Sim, vou falar também, mas antes vamos nos ater as nomenclaturas:
Live para show é legal né? E live para evento corporativo?
Eu tenho minhas dúvidas …
Híbrido? Parece coisa relacionada a carro né?
Evento online eu gosto mais, ou até mesmo digital, ou virtual. Mas cada um deles tem suas particularidades.
O nome não importa, o que você tem que ter em mente é a entrega, a experiência, o porque do participante querer consumir isso agora, o que de diferente você pode oferecer para que ele se sinta atraído a participar, ou até mesmo uma convenção de vendas, que o colaborador da empresa, se vê “obrigado” a participar mas não tem envolvimento com o evento, acha chato, cansativo e tem diversas distrações, como um cachorro que late, um filho que chama, uma campainha que toca, uma rede social aberta na mesma tela em que ele assiste ao evento.
Vamos deixar claro gente, que VÍDEO CONFERÊNCIA, não é evento online ok?
O papel do produtor agora vai além de olhar somente para o evento em si, precisamos olhar mais do que nunca para o cliente, a experiência dele em qualquer evento sempre foi importante, agora é mais ainda.
Abri uma coluna nas minhas planilhas de check lists chamada público, para ter certeza que todos os detalhes serão pensados voltados para ele.
Você precisa incluir essa experiência no briefing, detalhar ao máximo tudo relacionado a ele.
Tenho uma listinha de perguntas que faço sempre que vou para uma reunião de briefing, algumas delas são:
1 – Qual o local do evento?
Que se transformou em duas perguntas:
Qual é o local da transmissão ou gravação, que pode ser a casa do artista, a empresa do corporativo, uma casa de shows, um local público, ou um estúdio?
Em qual plataforma será transmitido, que pode ser uma plataforma privada como essa mediante cadastro, direto no youtube em aberto, no vímeo, no instagram, facebook, ou multiplataformas?
2 – Qual a quantidade de público esperado?
Que agora se transformou em:
Qual a quantidade de acessos, para que possamos dimensionar a capacidade ideal de internet dedicada para este evento.
E vamos ter que adaptar muitas outras perguntas, cada tipo de evento vai determinar um tipo de local, uma plataforma mais adequada, duração e tantos outros fatores que ainda vamos aprender.
O mais importante é estar atento e aberto a essas mudanças, por isso faça um briefing extremamente detalhado, pergunte tudo e mais um pouco, estude, assista a eventos, pesquise. Estamos em um terreno fértil, plante!
Grandes profissionais do marketing digital lotavam espaços de eventos, em todos os lugares do mundo, mas tinham no máximo, 4/5 mil pessoas por evento e em raros acontecimentos tinham 10 mil pessoas.
Paulo Vieira, coach, palestrante que fala sobre inteligência emocional, grande autor de livros como “o poder da ação”, realizou recentemente o seu evento método cis, de forma online e conseguiu a incrível marca de 80 mil inscritos em 35 países diferentes, essa foi a turma 215 do seu método que existe há 22 anos.
Além disso participaram desta última edição 42 unidades prisionais, como o presídio de Ponta Porã – MS, o centro de recuperação masculina de Vitória do Xingú no Pará, o presídio feminino do Rio Grande do Norte, num total 581 detentos. Me diz, quando essas pessoas teriam esta oportunidade? Olha o tamanho do alcance de um evento online.
Ele já lançou sua próxima turma que será em agosto, e fora lógico, o lado financeiro de tudo isso, o impacto na educação e no conhecimento da sociedade num geral é indescritível.
Por mais que temos agora uma luz no fim do túnel com a retomada gradual dos eventos em São Paulo (capital e grande abc), teremos ainda um número reduzido de participantes e muito provavelmente pra conta fechar, teremos ainda que contar com os eventos online junto ao presencial, que são conhecidos como híbridos!
E os shows, se tudo correr bem, poderemos realizá-los a partir de 12 de outubro, ou seja, daqui 3 meses, e até lá?
Saiba mais: www.maisqueumalive.com.br
VAMOOOO PRODUÇÃO.