No final de junho deste ano aconteceu a 63ª edição do Cannes Lions Festival. Trata-se do maior evento do universo da criatividade ligada ao marketing e a comunicação. Um megaevento que transforma pequena Cannes, no sul da França, na “meca” do universo de comunicação e marketing. São mais de 13.000 delegates, oriundos de 90 países, que se deslocam para a côte d’azur para participar do evento de uma semana. Uma semana repleta de atividades e de inspiração para profissionais que lidam com a criatividade, direta ou indiretamente. Minha primeira vez no Cannes Lions foi há 19 anos. À época, o festival era dirigido apenas aos criativos das agências de propaganda, que acompanhavam o evento para conhecer trabalhos concorrentes a prêmios em poucas categorias.
A categoria mais importante, no início, era a de Film. Aliás, vale a pena saber que o Cannes Lions nasceu na esteira do famoso Festival de Cinema e até hoje é realizado logo após o seu inspirador. De lá para cá, muita coisa mudou. Em 2016, foram 24 as categorias sujeitas a prêmios. O universo digital, de inovação e de entretenimento estão fartamente contemplados, acompanhando as tendências do marketing. Este ano foram mais de 43.000 inscrições advindas de todos os continentes do planeta, em busca de leões, o famoso troféu dos ganhadores do Cannes Lions.
Ir a Cannes para acompanhar as premiações e conhecer os trabalhos finalistas em cada uma das 24 categorias já seria justificativa forte o suficiente para se inscrever no festival. Mas o Cannes Lions é muito mais do que isso. O conteúdo paralelo, apresentado em seminários, workshops, fóruns, masterclasses e palestras é riquíssimo. Entre mais de 300 palestrantes encontramos gente de cinema, como Gwyneth Paltrow, Will Smith e Oliver Stone; mágico David Copperfield; chef Antony Bourdain; o líder da ONU Ban Ki Moon; além dos profissionais icônicos do universo da propaganda.
Com tanto conteúdo, premiações e atividades paralelas, não dá para acompanhar nem um terço do que rola por lá. A gente vai dormir todos os dias com a sensação de ter perdido algo muito bacana. Mas vale super a pena. Eu costumo dizer que o Cannes Lions é a reciclagem criativa anual que todo profissional de marketing e comunicação deveria fazer. Não custa barato, mas vale cada centavo. Não é à toa que o evento cresce, sem parar, tanto em espaço ocupado, como em número de participantes e de patrocinadores.
O evento já extrapola o Palais de Festivals e invade o Boulevard Croissete, as praias, os barcos, os piers, os hotéis, exigindo muita vitalidade de quem está por lá para acompanhar minimamente o que é mais importante. Se você se interessa por criatividade, deve colocar no seu radar esse evento em 2017. Como diz a campanha do Estadão (representante do festival no Brasil): “ninguém volta igual depois de Cannes”