Cases inspiraram o público no último dia do 3º Congresso MICE Brasil
Uma manhã inspiradora com a discussão de valores fundamentais e a confirmação de que os melhores resultados são obtidos quando pessoas são colocadas no centro da estratégia.O segundo e último dia do 3º Congresso MICE Brasil, que teve início na quarta-feira (07/06), simultaneamente à Feira EBS, no Centro de Convenções Rebouças.
Na ocasião, especialistas mostraram o porquê de desenvolver uma cultura aliando o sonho dos funcionários às necessidades da empresa e provaram, na prática, a teoria de que colaboradores inspirados são 40% mais produtivos do que aqueles apenas satisfeitos.
“Gente é o principal ativo da nossa indústria, se não cuidarmos das pessoas esse mercado não sobrevive, pois é um mercado de conexão, contato, humanização, no qual as pessoas têm que estar no centro do processo”, afirmou a diretora de RH da Reed Exhibitions Alcântara Machado, Alinne Rosa, que liderou o projeto de reestruturação do pensamento da multinacional responsável por grandes eventos no Brasil. Foram nove meses que resultaram em três premissas para alcançar o sucesso: confiança, empoderamento e propósito.
Os detalhes da mudança foram apresentados na última palestra do congresso com o tema Futuro da gestão de talentos no mercado de eventos: o diferencial competitivo de trazer gestão de pessoas como centro da estratégia de negócios.
“Foi preciso olhar pra dentro e calçar as sandálias da humildade. Em menos de um ano conseguimos colher resultados consistentes na nossa cultura, passamos a trabalhar mais juntos. Hoje os colaboradores têm paixão e orgulho em fazer parte dessa empresa”, destacou Alinne.
As pessoas no centro do Congresso MICE Brasil
A realização de eventos de integração como festas de carnaval, Halloween com participação de filhos de funcionários e outras celebrações marcaram e marcam essa nova era da Reed Exhibitions. “As pessoas se tornaram mais produtivas, com mais qualidade, velocidade e resultado”, afirmou a diretora de RH. Outras duas empresas seguiram pelo mesmo caminho, a GL Events e o Banco de Eventos, cujos representantes participaram do debate Colaboradores não são apenas “Recursos” Humanos, mediado por Alinne Rosa.
Segundo a diretora de Recursos Humanos da GL, Lana Salles, todas as ações da empresa buscam colocar as pessoas no centro, criando emoções para clientes e funcionários. “As pessoas têm sonhos, potencial a ser desenvolvido. Trabalhamos tentando responder as necessidades deles. Todo resultado que conseguimos é por meio desse engajamento, dessa vontade de trabalhar”, disse.
O diretor geral do Banco de Eventos, Marcio Esher, compactuou da mesma ideia. “Temos uma cultura adequando-se à realidade do momento, sempre com a premissa de que o colaborador precisa ter o senso de pertencimento”, complementou.
Um painel inspirador
O novo cenário de valorização do ser humano, do chamado H2H (human to human) também rompeu as barreiras do espaço criativo, atingindo ambientes burocráticos, conforme mostrou a assessora na Diretoria Estratégica e Organização do Banco do Brasil, Lidiane Orestes, ao apresentar o projeto Inspira BB, no palco do Congresso MICE Brasil 2018.
“Não é um evento, mas sim um movimento, que discute a alma humana”, ressaltou a funcionária e uma das idealizadoras do projeto, que é marcado por eventos protagonizados por funcionários.
A ideia surgiu logo no primeiro diagnóstico, quando colaboradores perceberam que passavam por um problema de identidade, com falta de reconhecimento do seu papel.
“Os funcionários precisavam fugir (do trabalho) para ter uma hora feliz. Pensamos, então, o que poderíamos fazer. Na verdade, o evento é a pontinha do iceberg, o que está visível. Buscamos compartilhar conhecimentos, pensar o ser humano, a sociedade, a família e a relação entre todos nós”.
A iniciativa consegue reunir as dádivas apontadas pela sócia-fundadora da agência Umbigo do Mundo, Marina Pechlivanis, que abriu o último dia do congresso com o painel Economia das Dádivas: tendências que podem inspirar e transformar as relações entre pessoas e marcas no ambiente MICE. “Nossa missão é tirar vocês da zona de conforto e trazer inspiração”. Estas foram as primeiras palavras da especialista, que acredita em algumas palavras para quebrar as velhas formas e garantir um circuito com foco nas virtudes humanas.
“Entramos na era do P2P onde pessoas negociam com pessoas. São cenários e perspectivas inspiradoras que nos levam para o caminho de mudança. Precisamos refletir e sair de fato do mesmo e do óbvio. Esse é o mundo de negócios novo, com dádivas como empreendedorismo, diversidade, honestidade, colaboração e solidariedade”, explicou Marina, que também mediou o debate entre líderes atuantes do mercado M.I.C.E. (Meeting, Incentives, Conferences and Exhibitions).
Participaram da discussão Lidiane Orestes do Banco do Brasil, o co-fundador e experience designer do Hack Town, Ralph Peticov, e o artista plástico – designer e contato regional do Burning Man no Brasil, Daniel Strickland. Os dois últimos eventos retratam a experiência humana, o poder do hoje e a capacidade das pessoas de viverem com total desprendimento. Isso sem contar a ausência de lucro. Dinheiro e negócios não são as prioridades.
“É uma cidade de sonhadores e realizadores. É realmente transformador, um experimento social sem curadoria, espectadores e direcionamento. Representa o que realmente queremos como seres humanos”, disse Strickland, ao apresentar o Burning Man, que acontece em Nevada, nos Estados Unidos, com a presença de mais de 30 mil pessoas, que devem seguir os dez princípios que regem o evento.
Sobre o Hack Town, que é realizado em Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais, Peticov o caracterizou como um festival de inovação, tecnologia, comportamento e paixão, que propõe descompressão, imersão e reconexão. “O objetivo é conectar pessoas. É uma experiência tão intima e segura, que fazemos com que as pessoas se abram e se conectem sem que percebam isso”.
Ao ser questionado sobre essa mudança de eixo, de criação de novos pensamentos, saindo do ideal para o real, Ralph garantiu: “Devemos celebrar as nossas diferenças, por isso o Hack Town não levanta bandeiras. Ao mesmo tempo, eu crio ambiente onde você se sinta seguro para se expressar”. Lidiane Orestes também destacou a diversidade necessária no projeto do BB. “Estimulamos as diferenças para que entendam que dentro do mundo corporativo ele também tem que colocar quem ele é”.
Já no Burning Man, há uma valorização da individualidade. “O ser humano é muito único, individual, a sociedade que tenta nos fazer seguir um comportamento. Lá conseguimos perceber o quão bizarro é cada um. Temos falsa impressão de que somos parecidos, mas cada um é muito peculiar”, apontou Strickland.
Sobre o evento
O 3º Congresso MICE Brasil reuniu cerca de 400 profissionais de eventos, incentivos, congressos e feiras, proporcionando um amplo debate sobre o mercado. Foram dois dias de evento na capital paulista, com patrocínio da Hoffmann, apoio institucional do Visite São Paulo, da AMPRO – Associação de Marketing Promocional, da APP Campinas – Associação dos Profissionais de Propaganda, da ABEOC São Paulo – Associação Brasileira das Empresas de Eventos e do FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil. Como fornecedores apoiadores: Cross Host, Grupo Divi Center, Just Led Produções Visuais e Dexpo.
O Congresso MICE Brasil é criado e organizado pelo Grupo EventoFacil, um grupo de comunicação que realiza eventos próprios dirigidos aos segmentos MICE e T&D (treinamento & desenvolvimento), possui um portfólio de produtos que incluem a Feira EBS, o Congresso, o Speed Meeting (rodada de negócios), a Revista EBS, portais de conteúdo. É também criador do primeiro clube de negócios exclusivo aos profissionais deste mercado – o EBS Buyers Club.
O Grupo trabalha para gerar conteúdo, networking qualificado e negócios para toda a cadeira produtiva deste mercado, reunindo clientes finais, agências e fornecedores de produtos e serviços para eventos corporativos e incentivos.